Influenciada pela queda nos preços administrados, a prévia do índice de preços no país registrou deflação de -0,73% no mês de agosto, no comparativo com o mês anterior. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em novembro de 1991.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, e foram divulgados nesta quarta-feira (24).
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A deflação acontece quando a cesta de produtos analisada pelo IBGE registra um preço menor em um mês, em relação ao mês anterior.
O recuo no índice geral de preços reflete tanto os impactos da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia elétrica e combustíveis, quanto a diminuição dos preços da gasolina e do diesel praticados pela Petrobras.
Somente a gasolina teve seu preço reduzido três vezes nas refinarias, sendo que a última delas começou a valer no dia 16 de agosto. No dia 20 de julho, o preço da gasolina passou de R$ 4,06 para R$ 3,86; no dia 29 de julho, foi de R$ 3,86 para R$ 3,71. No último dia 16, caiu de R$ 3,71 para R$ 3,53.
A Petrobras também anunciou duas reduções no preço do diesel nas refinarias em uma semana. O valor médio de venda passará de R$ 5,41 para R$ 5,19.
Deflação por dois ou três meses
Na última terça-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que espera “dois ou três meses” de deflação neste ano, principalmente por conta de medidas como a redução de impostos e o teto do ICMS sobre combustíveis e energia. Isso significa que o país poderá ter redução dos preços até as vésperas das eleições. Campos Neto também prevê inflação abaixo de 6,5% neste ano.
A inflação era um dos principais obstáculos identificados pela equipe que trabalha na reeleição do presidente Jair Bolsonaro, levando o presidente a lançar mão de mecanismo para conter o avanço dos preços.
Inflação menor em 2022
O corte do ICMS, juntamente com a redução dos preços da gasolina, tem levado analistas a reduzirem as expectativas de inflação para este ano. O Boletim Focus do Banco Central, que reúne as projeções de mais de cem instituições do mercado para os principais indicadores, aponta que o mercado financeiro reduziu pela oitava semana seguida sua projeção para a inflação deste ano.
Os economistas agora projetam que o IPCA termine o ano abaixo de 7%: 6,82% contra 7,01% do boletim da semana passada.