O empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) começa em setembro. Embora a modalidade de empréstimo seja a mais barata quando comparada a outras opções no mercado, não há um teto para a taxa de juros praticada. Por isso, é preciso ficar de olho na hora de ir em busca dos bancos.
"Já podemos ver alguns bancos oferecendo empréstimo com juros anuais de quase 100% em algumas cidades, taxa muito acima dos juros que os bancos do país oferecem para o crédito consignado. Quem for em busca do benefício precisa fazer uma análise criteriosa para não ter a renda prejudicada no futuro, analisa Fernando Weigert, diretor da Neoconsig, empresa de tecnologia especializada em crédito consignado e que fornece soluções tecnológicas para instituições financeiras.
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De acordo com o Banco Central (BC), a média do juros do consignado no Brasil para pessoas físicas era de 1,74% em fevereiro deste ano, dado mais recente divulgado até o momento.
“É importante ter em mente que um empréstimo deve ser feito em momentos específicos para resolver alguma urgência, mas é sempre mais inteligente fazer as contas e analisar os prós e contras", diz Weigert.
A expectativa do governo federal é que a medida alcance mais de 52 milhões de pessoas, incluindo os cerca de 30,5 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, os 4,8 milhões de beneficiários do BPC e os 17,5 milhões beneficiários do Programa Auxílio Brasil.
Segundo as regras anunciadas pelo governo, o valor da renda que poderá ser comprometida pelos usuários do Auxílio Brasil será de 40%, sendo que até 35% poderá ser utilizado para o empréstimo pessoal e 5% poderá ser utilizado para saques e despesas do cartão de crédito consignado.
O Ministério da Cidadania ainda editará normas complementares para que as instituições financeiras possam dar início às operações de crédito. As normas devem ser publicadas até o início de setembro, para que o empréstimo esteja liberado aos beneficiários do Auxílio Brasil no mesmo mês.
Cuidado com golpes
Além de juros abusivos e possíveis golpes, de acordo com Weigert, o cliente precisa buscar conhecer a empresa. “Não informe seus dados pessoais e documentos para desconhecidos ou para empresas que não saiba da procedência, consulte sites, como o Reclame Aqui, e veja quais são as pontuações contra a empresa em questão, não faça nenhum pagamento antecipado ao recebimento do crédito, busque conhecer a instituição - agência ou loja - presencialmente e não aceite que o crédito seja realizado em qualquer outra conta que não seja a sua. Importante também buscar empresas que tenham uma gestão organizada, informatizada e com boa reputação”, explica Weigert.