O leite foi o alimento que mais subiu em julho, com alta de 24,82% ante o mês anterior, com isso, o preço do litro já está mais caro que o da gasolina , segundo aponta o levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em São Paulo, o preço médio do leite era R$ 5,44 em junho e subiu para R$ 6,79, em julho de 2022. Enquanto isso, o preço médio do litro da gasolina comum no município em julho é calculado em R$ 5,95 pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Diferença de 14%.
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"A produção de leite cru, matéria-prima dos laticínios, esteve restrita, o que aumentou o preço de captação e elevou os valores dos derivados lácteos, como o leite UHT, o queijo muçarela e o leite em pó. A baixa disponibilidade de leite sustentou o movimento de alta mesmo com a demanda enfraquecida, devido aos preços em patamares elevados", aponta o levantamento.
Esses fatores fizeram com que outros produtos lácteos fossem afetados:
- Entre junho e julho de 2022, o aumento médio do quilo do queijo muçarela foi de 15,39%; o valor passou de R$ 52,03 para R$ 60,04.
- O preço médio da lata de leite em pó integral era R$ 15,24, em junho de 2022, e de R$ 16,92, em julho de 2022. A alta foi de 11,02%.
Nos primeiros sete meses de 2022, as variações acumuladas do leite UHT, do queijo muçarela e do leite em pó foram de 83,02%, 47,16% e 27,31%, respectivamente. O preço médio do leite UHT subiu de R$ 3,71 para R$ 6,79, entre dezembro de 2021 e julho de 2022; o do queijo muçarela passou de R$ 40,80 para R$ 60,04, no mesmo período; e, o do leite em pó foi de R$ 13,29 para R$ 16,92.
Cesta básica sobe
A cesta básica, no geral, registou alta a de 1,24%. O preço médio que no dia 30/06/22 era R$ 1.251,44 passou para R$ 1.266,92 em 29/07/22.
Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
- Alimentação = 1,37%
- Limpeza = -2,47%
- Higiene Pessoal = 2,29%
A variação no ano é de 16,44% (base: dezembro/21). Nos últimos doze meses foi de 18,98% (base: julho/21). Os três produtos com maior variação positiva anual foram: cebola Kg (85,58%), batata Kg (80,63%) e leite UHT litro (71,90%).
No mês de Julho de 2022, os produtos que mais subiram foram:
- Leite UHT (litro) 24,82%
- Queijo Muçarela Fatiado (kg) 15,39%
- Leite em Pó Integral (400g) 11,02%
- Papel Higiênico Fino Branco (com 4 unidades) 7,89%
- Sabão em Barra (unidade) 6,38%
As maiores quedas foram:
- Batata (kg) -18,25%
- Sabão em Pó (kg) -8,50%
- Carne de Primeira (kg) -4,92%
- Presunto Fatiado (Kg) -4,24%
- Óleo de Soja (900 ml) -4,09%
Dos 39 produtos pesquisados, na variação mensal, 21 apresentaram alta, 17 diminuíram de preço e 1 permaneceu estável. Os produtos que mais pressionaram (positiva e negativamente) no período, em pontos percentuais, foram nesta ordem:
- 1- Leite UHT (litro) 1,73
- 2- Queijo Muçarela Fatiado (kg) 0,64
- 3- Papel Higiênico Fino Branco (com 4 unidades) 0,18
- 4- Leite em Pó Integral (400g) 0,13
- 5- Pão Francês (Kg) 0,12
- 1- Carne de Primeira (kg) -0,73
- 2- Batata (kg) -0,41
- 3- Sabão em Pó (kg) -0,21
- 4- Arroz (5 kg) -0,14
- 5- Óleo de Soja (900 ml) -0,10
Entre as razões que fizeram a cesta básica subir de preço, o Procon-SP cita "problemas climáticos, questões sazonais, excesso ou escassez de oferta ou demanda pelos produtos, preços das commodities, variações cambiais, formação de estoques, desonerações de tributos, entre outros".
Carne em queda
Em junho de 2022, os valores médios das carnes de 1ª e de 2ª, eram,
respectivamente, R$ 46,16 e R$ 35,08, e diminuíram para R$ 43,89 e R$ 34,70, em julho de 2022. A retração do corte de 1ª foi de -4,92%. O corte de 2ª registrou recuo de - 1,08%.
"A demanda interna por carne bovina permaneceu enfraquecida diante dos altos patamares de preço e da restrição orçamentária de boa parte da população. Muitos consumidores passaram a procurar proteínas com valores mais baixos, como a carne suína, o frango e os ovos. Com o real desvalorizado, o destino da carne bovina, em geral, tem sido a exportação; para conseguir vender no mercado interno, os supermercados, provavelmente, recorreram a promoções" diz o Procon-SP.