O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que banco estuda condições de risco do consignado a beneficiários do Auxílio Brasil
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O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que banco estuda condições de risco do consignado a beneficiários do Auxílio Brasil

O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que a instituição, em conjunto com a Caixa, estuda as condições, prazos e risco de uma possível oferta de empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil . Ribeiro disse que o BB terá um posicionamento extremamente técnico sobre a questão e que não houve nenhum pedido para que o banco entrasse nessa linha de crédito. 

"Estamos buscando alternativas e se acharmos que devemos entrar, com condições satisfatórias de risco, certamente entraremos - afirmou o presidente do BB durante apresentação dos resultados do banco referentes ao segundo trimestre do ano."

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Ribeiro disse que as pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) terão acesso ao crédito consignado na instituição. O presidente do BB estava na reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), na última segunda-feira, em que o mandatário fez um apelo aos bancos para que reduzissem as taxas do consignado, especialmente para o público beneficiário do BPC.

"O presidente pediu para todos os bancos olharem para esse público e que levassem consideração a vulnerabilidade dessas pessoas. Isso faz parte da nossa análise e a prestação (do consignado) tem que caber no bolso das pessoas para fazer sentido e trazer retorno aos nossos acionistas. Esta é a posição que será levada em consideração", afirmou Ribeiro.

Grandes bancos privados como o Bradesco, Itaú e Santander, além de Nubank e BMG são algumas das instituições que já decidiram não oferecer esse tipo de crédito. Sem um teto de juros, boa parte das instituições avalia que a operação tem alto risco tanto para o banco quanto para o cliente, já que o Auxílio Brasil deve ser oferecido pelo governo até dezembro deste ano.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, por exemplo, disse durante apresentação do balanço do banco, que o benefício é oferecido a pessoas que estão em dificuldades financeiras, ou seja, em situação de vulnerabilidade, e o banco decidiu não operar esse tipo de crédito. Com a alta de juros e inadimplência, o Bradesco inclusive revisou seus modelos de crédito, o que torna os critérios de concessão mais rígidos no atual cenário.

"Em vez de ser uma boa operação para o banco e o cliente, entendemos que a pessoa terá mais dificuldade quando o benefício cessar", disse Lazari.

No primeiro semestre, os bancos tiveram aumento da inadimplência e, com a alta de juros, essa tendência deve continuar no segundo semestre. No BB, a inadimplência de pessoa física aumentou no trimestre passado e o banco também espera uma elevação do índice com o crescimento da carteira de crédito em operações consideradas mais arriscadas.

O Banco do Brasil apresentou um lucro de R$ 7,8 bilhões no terceiro trimestre, 18% superior ao primeiro trimestre de 2022 e 54,8% acima do segundo trimestre de 2021. Os números do BB se equiparam aos de bancos privados no período. O Bradesco teve lucro de R$ 7,04 bilhões e o Itaú de R$ 7,679 bilhões no mesmo período.

"Tivemos expansão do crédito, entre eles consignado, pessoa física e agronegócios. Com disciplina no controle de custos, atingimos uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 20,65, em linha com os demais bancos privados", disse o presidente do BB.

Ele afirmou que assim como a Caixa e outros bancos, o BB optou por uma posição de neutralidade em relação ao manifesto pela democracia criado pela Febraban. Segundo ele, o banco entende que a Febraban, como entidade que representa os bancos, não deve se posicionar em questões políticas.

"Somos a favor da democracia, pelo estado de direito, o BB respeita a independência dos poderes, o voto. Mas atuamos para levar crédito á cadeia produtiva. Esse é nosso interesse a nossa vocação", afirmou.


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