Candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva
Mídia NINJA / Flickr - 29.11.2016
Candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva

Na contramão do que fez em seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , candidato do PT à Presidência da República, disse que, se eleito, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não irá mais financiar grandes empresas, contrariando a política dos "campeões nacionais" adotada nas gestões petistas.

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Nos governos Lula e Dilma Rousseff, empréstimos subsidiados a grandes conglomerados industriais davam fôlego para estas empresas disputarem mercados no exterior. Esta sinalização já vinha sendo dada por Lula em conversas reservadas com empresários, e nesta terça-feira foi dita em público nesta pelo petista em discurso na Paraíba.

"Se preparem, quem quer ser pequeno ou médio empreendedor nesse país, porque vai ter financiamento. O BNDES não vai mais financiar grandes empresas, não. O BNDES vai financiar pequenas e médias empresas, pequenos e médios empreendedores porque a gente vai voltar a sorrir", disse Lula em durante ato público no Parque do Povo, em Campina Grande.

Alvo de crítica, a política econômica turbinou grandes empresas, entre as quais Odebrecht e JBS, que vieram a se envolver em escândalos de corrupção nas gestões do PT. Agora, a proposta de mudar o foco do BNDES para os pequenos e médios, que já vem sendo abordada por interlocutores de Lula na pauta econômica, é tratada como um aceno do petista para tentar conquistar o voto da classe média.

Lula também prometeu que agricultores familiares terão crédito para produzir e garantia para vender seus produtos. Se eleito, o petista disse que, em janeiro de 2023, irá reunir os governadores e pedirá que eles elenquem de três a quatro obras prioritárias em seus estados, para que o governo possa investir nelas.

"Esse país vai voltar a produzir emprego, vai voltar a produzir salário e vai voltar a produzir obra de infraestrutura. E eu vou recuperar respeito com os Estados Unidos, com a Alemanha, França, Índia, China, com o diabo que for. Nós vamos recuperar o respeito e essa gente vai voltar investir dentro do Brasil", afirmou.

Com a maior parte da fala direcionada à pauta econômica, Lula disse que o salário mínimo voltará aumentar anualmente acima da inflação — sem apontar como fará adotará a mudança — e que as categorias organizadas terão remuneração acima da inflação.

"Quero dizer em alto e bom som: todas as categorias organizadas vão receber salário acima da inflação na época do acordo. A inflação vai baixar, nós já baixamos uma vez. E os jurus vai baixar, porque já baixamos uma vez".

O ato de Lula na Paraíba ocorreu ao lado de dois aliados do petista no Estado, Veneziano Vital (MDB-PB), candidato ao governo, e o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB-PB), que disputará uma vaga ao Senado. Ao citar Veneziano, Lula agradeceu o apoio que classificou como “gesto de coragem”, já que o MDB tem Simone Tebet como candidato à presidência.

Ao se referir ao presidente Jair Bolsonaro  (PL), Lula o chamou de “genocida” que não é “recebido por ninguém”, pontuando que o Brasil está isolado do resto do mundo. Ao abordar a vulnerabilidade alimentar dos mais pobres, disse que a fome enfrentada pelos brasileiros “é falta de vergonha de quem governa esse país”:

"Não sei se vocês viram, há poucos meses atrás, fui para Alemanha e fui recebido pelo novo chanceler da Alemanha. Fui para a França e fui recebido pelo presidente da França, fui pra Espanha e recebido pelo presidente da Espanha. Esse genocida que governa essa país não é recebido por ninguém. E ninguém vem visitar esse país. Ele é negacionista, não acredita das coisas", disse.

Nesta semana, Lula está cumprindo agendas no Nordeste. Da Paraíba, viaja na quarta para o Piauí. Em Teresina, participará de ato público com Rafael Fontelles, candidato do PT ao governo, e o ex-governador Wellington Dias, que concorrerá ao Senado.


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