A taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,3% no trimestre encerrado em junho, registrando o menor patamar para o período desde 2015, quando foi de 8,4%. Ainda assim, há 10,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, e foram divulgados nesta sexta-feira (29).
O resultado representa uma melhora em relação aos 11,1% registrados no trimestre encerrado em março, que serve de base de comparação. O número de desempregados recuou 15,6% no trimestre, o que representa 1,9 milhão de pessoas a menos em busca por trabalho no país. Há 3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho, sendo 1,1 milhão na informalidade.
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A população ocupada é a maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Esse contingente foi estimado em 98,3 milhões, o que representa uma alta de 3,1% frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 8,9 milhões de trabalhadores.
Na última quinta-feira (28) o Ministério do Trabalho e Previdência apontou a criação de 1.334.791 vagas no primeiro semestre, resultado inferior ao mesmo período do ano passado (1.478.997). O setor que mais contribuiu para a criação de empregos foi o de serviços, com 788,5 mil vagas criadas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
As duas pesquisas não são comparáveis, pois os números do Caged são mensais e os da Pnad são trimestrais. Além disso, os dados do Caged são coletados via empresas e englobam apenas o setor privado com carteira assinada, enquanto os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Perspectivas
Analistas estimam uma desaceleração da geração de postos de trabalho no segundo semestre. Isso porque a melhora do emprego no primeiro semestre deste ano foi motivada pela reabertura econômica e pela retomada do setor de serviços, fenômeno que perde força adiante.
Além disso, combinação de inflação, juros elevados e riscos políticos impactam a atividade econômica, o que dificulta o otimismo dos empresários no que se refere à contratação de profissionais.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do FGV IBRE subiu 1,0 ponto em junho, para 81,9 pontos, maior nível desde novembro do ano passado, quando ficou em 83 pontos.
"O aquecimento da atividade econômica aliado ao maior controle da pandemia favoreceram a criação de vagas nesse período, mas a desaceleração da taxa de crescimento do indicador e o patamar ainda baixo sinalizam cautela para os próximos meses. Ainda é possível que ocorram novas altas do indicador, mas a tendência para o resto do ano é de maior oscilação considerando a incerteza do ambiente macroeconômico”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.