O desemprego no Brasil atinge 11,9 milhões de pessoas, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desempregados no primeiro trimestre deste ano foi de 11,1%, mostrando estabilidade em relação ao trimestre anterior, encerrado em dezembro passado.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, afirma essa estabilidade na taxa de desocupação se dá pelo fato de que não houve crescimento na busca por trabalho no primeiro trimestre deste ano. "Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões", afirma.
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A taxa de 11,1% é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando registrou a mesma porcentagem. Com relação ao primeiro trimestre de 2021, a taxa de desocupação caiu 3,8 pontos percentuais: na ocasião, 14,9% da população estava desempregada.
Rendimento e carteira assinada em recuperação
Apesar da queda na taxa de desemprego, o rendimento real habitual dos trabalhadores brasileiros caiu 8,7% no último ano. No primeiro trimestre de 2021, era de R$ 2.789; no primeiro trimestre deste ano, foi de R$ 2.548.
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Já em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2021, houve aumento de 1,5% no rendimento, mostrando certa recuperação. "Esse aumento é importante se considerarmos que esse indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado. De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer", analisa Adriana.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 1,1% em relação ao trimestre anterior e 10,7% na comparação anual, atingindo 34,9 milhões de brasileiros.
"Essa categoria cresceu pelo quarto trimestre consecutivo, porém em percentual menor ao observado nos trimestres de 2021, respectivamente, segundo (1,8%), terceiro (4,4%) e quarto (2,9%) trimestres. Embora tenha reduzido o ritmo de crescimento, a expansão do emprego com carteira vem contribuindo para um gradativo aumento da formalidade na ocupação", afirma Adriana.