O Banco Central (BC) registrou o sétimo mês seguido de queda na dívida pública em maio, quando ficou em 78,2% do PIB. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29).
O indicador está em trajetória de queda desde fevereiro do ano passado, quando atingiu o pico histórico de 89% do PIB, impulsionado por gastos decorrentes do enfrentamento à pandemia. Em dezembro de 2021 a dívida/PIB estava em 80,3% e em abril chegou a 78,9%.
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No entanto, a expectativa da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, é de reversão dessa tendência ao longo deste ano. A IFI estima que a relação dívida/PIB termine 2022 em 79,4%.
Essa projeção consta no Relatório de Acompanhamento Fiscal de julho e é uma revisão para cima da projeção anterior de 78,7%. Segundo a IFI, a mudança aconteceu porque há uma previsão maior para os juros e inflação menor para o ano.
Segundo o BC, o crescimento do PIB no período foi o que mais contribuiu para a queda no indicador, além dos resgates líquidos da dívida e da valorização cambial.
Como o PIB é denominador da relação com a dívida, quando ele aumenta o resultado é a queda do indicador. Já a alta dos juros básicos impacta o indicador pela outra direção.
O indicador é acompanhado de perto pelo mercado porque mede a capacidade do país de pagar suas dívidas. O número engloba o resultado do governo federal, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais.
Superávit
No setor público consolidado, que reúne os resultados fiscais do governo central, empresas estatais, estados e municípios, o déficit foi de R$ 33 bilhões em maio, maior do que o resultado negativo de R$ 15,5 bilhões no mesmo mês de 2021.
Esse número foi resultado de déficits de R$ 40 bilhões no governo central e de R$ 307 milhões nas estatais. Os governos regionais compensaram com superávit de R$ 7,3 bilhões.
No acumulado do ano, no entanto, o superávit é de R$ 115,5 bilhões, quase o dobro do mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 60,3 bilhões.