Caminhoneiros afirmam que R$ 1 mil do auxílio-diesel não é suficiente
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Caminhoneiros afirmam que R$ 1 mil do auxílio-diesel não é suficiente

A PEC das Bondades, aprovada pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (13), não agradou uma parcela dos caminhoneiros, que criticaram o auxílio-diesel de R$ 1 mil proposto pelos parlamentares. Segundo lideranças da categoria, a medida é uma esmola e está cheia de trapalhadas no texto final.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o valor não resolve o problema da categoria e lembrou a falta de comunicação com o governo federal nos últimos três anos. Chorão, como é conhecido, chamou as ações do Planalto de mistura de "Trapalhões com Zorra Total".

"Mil reais não resolve o problema dos caminhoneiros, é uma tentativa clara de comprar o direito mais digno de um cidadão que é o seu voto. É importante ressaltar que esse dinheiro não vai comprar a categoria. Os únicos que apoiam esse governo é uma pequena parcela de motoristas que sofrem da Síndrome de Estocolmo", afirmou.

"Caminhoneiro não é burro, não fizeram nada em três anos e meio e agora vem com esmola que não resolve. Esse governo é uma mistura de Trapalhões com Zorra Total, e o povo assistindo esse filme de terror", completou.

Chorão lembrou da possibilidade de faltar diesel nos postos de combustíveis. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, declarou haver estoque para os próximos 40 dias. Após a declaração, o Planalto passou a se movimentar para tentar um acordo com a Rússia para a venda direta do combustível ao Brasil.

O caminhoneiro afirmou ser necessário a mudança na política de preços da Petrobras e ressaltou o desconto na gasolina pela falta de procura e não só pela redução do ICMS.

“A redução de ICMS nos estados baixou o preço da gasolina, mas do diesel não. A gasolina está baixando porque não está vendendo, a classe média não tem dinheiro para encher o tanque. Essa PEC eleitoreira já fez o dólar subir e, como somos dependentes do diesel importado, o valor nas bombas será reajustado”, declarou.

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Deputados também estão vendo a aprovação da PEC com contrariedade. Alguns parlamentares disseram à reportagem que entendem a necessidade de reajustar o Auxílio Brasil, mas declararam que a PEC pode ser prejudicial às finanças do país.

O presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), afirmou que o texto é um ataque à democracia. Ele ressalta que a medida não resolve as dificuldades dos caminhoneiros e lembra da possibilidade de aumento da inflação com a proposta.

"É uma PEC Kamikaze, eleitoreira e mentirosa, travestida de combata à pobreza, mas não, é uma proposta que vai gerar mais inflação e pobreza. A proposta tem prazo determinado. Essa esmola de R$ 1 mil não paga nem 30% de um pneu de caminhão, esse valor paga uma recapagem mal feita", afirma.

"O problema é o preço de paridade de internacional e não a criação de um auxílio. Essa presepada eleitoreira irá prejudicar a população. A categoria dos caminhoneiros dará resposta nas próximas eleições, contra um governo que não fez nada em três anos e meio e agora quer aparecer", declarou.

O parlamentar ainda entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a votação da proposta na Câmara. Para Crispim, o texto tem caráter eleitoreiro e não é uma política de estado.

O recurso está na mesa do ministro André Mendonça, que já recusou diversos pedidos para impedir a discussão da matéria. Segundo o parlamentar, o recurso também deverá ser apreciado pela presidente em exercício do STF, Rosa Weber.

** João Vitor Revedilho é jornalista, com especialidade em política e economia. Trabalhou na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes em Ribeirão Preto (SP), e na CBN Ribeirão. Se formou em cursos ligado à Rádio e TV, Políticas Públicas e Jornalismo Investigativo.

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