A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, elevou sua projeção para a inflação em 2023 de 4,2% para 4,8%, além de aumentar também a previsão para a dívida pública. Os números foram publicados no Relatório de Acompanhamento Fiscal (REF) nesta quarta-feira (13).
Segundo a IFI, a elevação da projeção de inflação para o ano que vem é um reflexo da recomposição das alíquotas dos impostos federais sobre os combustíveis que estão zerados até o final deste ano.
Apesar de aumentar a inflação em 2023, essa isenção colocada neste ano em conjunto com o limite para cobrança do ICMS aprovada pelo Congresso em junho, devem reduzir a inflação para 2022. A projeção da IFI passou de 8,6% para 7,4%.
Ainda assim, esse patamar significa um índice acima da meta de inflação, que é de 3,5% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 4,8% no ano que vem, a inflação também superaria o teto de 4,75% de uma meta de 3,25%.
A redução na projeção de inflação, que acaba elevando os juros reais, em conjunto pelo aumento da expectativa da taxa básica de juros, a Selic, para este ano também fizeram com que a IFI revisasse para cima sua expectativa para a dívida pública este ano.
A projeção passou de 78,7% do PIB no mês passado para 79,4% este ano.
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Déficit ou superávit
O relatório também apontou diferenças entre as projeções da IFI e dos parâmetros que constam na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), texto que dá base para o Orçamento anual, aprovada nesta semana.
Enquanto a LDO fixa meta de déficit de R$ 65,9 bilhões em 2023, a IFI projeta superávit de R$ 1,4 bilhão. Segundo a instituição, a diferença é por conta das surpresas positivas na arrecadação neste ano, que não foram consideradas na LDO, e de hipóteses diferentes para inflação e outros parâmetros.
No cálculo da IFI, as recentes medidas fiscais do governo em combinação com a mudança na regra do teto no final do ano passado, terão um impacto negativo no resultado primário em R$ 166 bilhões em 2022.
Recentemente, o governo diminuiu impostos sobre os combustíveis e vem trabalhando para aprovar a PEC Eleitoral, com R$ 41,2 bilhões em novos gastos.