A Petrobras pode ter nesta sexta-feira (24) seu quinto presidente desde fevereiro do ano passado. O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal se reúne na tarde desta sexta-feira para deliberar sobre a indicação de Caio Paes de Andrade para comandar a companhia.
Segundo fontes, a chamada "conformidade" foi positiva. O Celeg é parte do Comitê de Pessoas (Cope) da Petrobras, responsável por analisar informações e requisitos dos indicados pelo governo para exercer cargos na estatal. Após o comitê se reunir, a decisão será enviada ao Conselho de Administração.
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Com isso, a intenção é que, no mesmo dia, seja realizada uma reunião extraordinária do Conselho de Administração para votar a aprovação do nome de Andrade como membro do colegiado e presidente da estatal.
Caso aprovado pela maioria do colegiado, que é o que deve ocorrer, segundo preveem fontes ouvidas pelo GLOBO, Paes de Andrade estará automaticamente empossado como novo presidente e pode assumir a companhia sem a necessidade de uma cerimônia formal.
Segundo um executivo, embora haja "alguns pontos" controversos no currículo de Andrade para atender aos requisitos necessários, segundo as regras de governança da estatal, eles "não constituem impeditivo".
O atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia vai assumir a empresa no lugar de José Mauro Ferreira Coelho que renunciou aos cargos de presidente e conselheiro na última segunda-feira (20) . Até a aprovação formal, que tem um longo trâmite burocrático, a estatal segue comandada interinamente por Fernando Borges, diretor de Exploração da companhia.
Coelho teve a substituição determinada pelo presidente Jair Bolsonaro 40 dias depois de assumir a empresa no lugar de Joaquim Silva e Luna. O general da reserva ficou um ano no posto após suceder Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, demitido em março de 2021 pelo presidente.
Antes de indicar Coelho, Bolsonaro tentou emplacar o economista e consultor Adriano Pires, que acabou desistindo diante da perspectiva de ser rejeitado pelo comitê da Petrobras por conflito de interesses.
Em comum, as trocas têm como motivo o descontentamento de Bolsonaro com a política de preços da estatal, que repassa para os combustíveis as variações do câmbio e da cotação internacional do petróleo.
Comitê tem participação de conselheiros
No Celeg, que é uma parte do Comitê de Pessoas (Cope), dois grupos de documentos são analisados: o "background checking de integridade", que avalia a integridade do indicado, e o "background de covenants", que avalia o currículo e a capacitação profissional.
Esses documentos são analisados por uma comissão de cinco pessoas, sendo que só quatro votam. O quinto só vota se houver empate.
O Comitê de Elegibilidade é composto por Francisco Petros e Luiz Henrique Caroli, ambos conselheiros da estatal, e Ana Silvia Matte e Tales Bronzato, membros independentes.
Conforme previsto no Regimento Interno do Cope, o conselheiro Marcelo Mesquita, eleito pelos acionistas minoritários detentores de ações preferenciais, também vai participar da reunião da Celeg.