O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em reunião com o conselho da Petrobras na última segunda-feira (13), pediu que a empresa segure o reajuste dos combustíveis até a promulgação do teto do ICMS, que limita o imposto estadual a 17%. A medida já foi aprovada pelo Congresso e aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro. A informação é do colunista do GLOBO, Lauro Jardim.
Além disso, o governo quer a renúncia imediata do atual presidente da estatalz José Mauro Coelho, para acelerar a troca de comando. O conselho aguarda nova reunião para dar aval à posse de Caio Paes de Andrade.
Esse último pedido não deve ser concedido por Coelho, que sentiu-se humilhado pelo modo com que foi demitido no mês passado. A troca, portanto, deve levar entre dois e três meses.
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Já quanto ao reajuste no preço dos combustíveis, integrantes do Ministério da Economia já tratam como inevitável.
O último reajuste da Petrobras foi em 9 de maio, de 8,9% no preço do diesel. Já a gasolina está há quase cem dias (97) sem um novo aumento nos preços, quando a estatal anunciou aumento de 18,8% nos preços domésticos.
Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustível), a defasagem da gasolina chega a 14% e do diesel 18%, refletindo atraso nos preços na ordem de R$ 0,67 e R$ 1,08, respectivamente.
Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio da gasolina é R$ 7,247 e do diesel R$ 6,886.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (15) que a Petrobras vem dando indícios que anunciará um novo reajuste no preço dos combustíveis. Ele afirmou que o preço "poderia estar mais barato", o que não acontece por dois "problemas": impostos e Petrobras.
"Eu não tenho comandamento sobre a Petrobras. A Petrobras está dando dica que quer aumentar de novo", disse Bolsonaro, em entrevista à jornalista Leda Nagle. "Não interessa quanto seja, já está um absurdo o preço dos combustíveis no Brasil lá na refinaria."
O chefe do Executivo federal voltou a criticar os lucros da empresa. "A Petrobras está tendo lucro exorbitante. Não podia ser assim, porque está garantido na Constituição um fim social para os produtos da empresa", adicionou.
Bolsonaro também defendeu a troca no Ministério de Minas e Energia e no comando da Petrobras e disse que assim que Caio Paes de Andrade assumir o controle da empresa, "vai ser resolvida essa questão do combustível".
A Petrobras disse em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que mantém seu compromisso com a prática de preços competitivos . Em meio a rumores de pressão do governo para evitar novos reajustes da gasolina e diesel, a estatal disse que busca “equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.
A intenção da estatal é reajustar os preços de diesel e gasolina entre 6% e 7% nas refinarias, de acordo com uma fonte do setor. Não há uma clareza ainda de quando esse aumento seria feito. A avaliação na empresa é de que há uma defasagem crescente entre os preços da Petrobras e os do mercado internacional.
A companhia afirmou ainda que monitora continuamente os mercados, "o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais".
O pedido do governo para manter os preços da gasolina e do diesel é visto com resistência pela atual diretoria executiva da estatal. No entanto, parte do alto escalão da companhia chegou a considerar a proposta como "razoável".