O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) decidiu na manhã desta terça-feira (31) continuar com a greve dos servidores por tempo indeterminado e ressaltou a intensificação da cobrança sobre a diretoria do BC. Segundo o Sinal, 85% dos participantes da assembleia votaram pela manutenção da paralisação.
O sindicato ainda pede para que o governo federal e os representantes do Banco Central reabram a mesa de negociações para reajustar os salários dos servidores. No começo de maio, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enviou uma proposta de aumento em 22% nos vencimentos, mas recuou horas depois e não ofereceu uma nova contraproposta. A porcentagem era muito acima da proposta do Palácio do Planalto, que quer reajuste de apenas 5% para os servidores.
A paralisação começou oficialmente no dia 1° de abril, após quase dois meses de manifestações pontuais. Em duas semanas, a greve afetou a entrega de dados do Boletim Focus e outros serviços do BC, o que fez Campos Neto abrir as portas para negociar um reajuste.
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Entretanto, o aumento para outros servidores esbarra no limite do teto de gastos e a necessidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) em recuperar sua popularidade na classe da segurança pública. Nesta semana, Bolsonaro criticou os movimentos de servidores e disse que os protestos prejudicam o reajuste salarial para policiais rodoviários federais.
Continuidade da greve
Os membros do sindicato que representa os funcionários do Banco Central devem se reunir novamente no próximo dia 7 de junho para discutir a continuidade da greve. Até lá, o presidente do Sinal, Fábio Faiad, tentará entrar em um acordo com Campos Neto.
A manutenção da paralisação poderá afetar os serviços de divulgação do BC, como o Boletim Focus e dados sobre a dívida pública, e até a próxima reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), marcada para 14 e 15 de junho. As operações via PIX, no entanto, não devem ser prejudicadas.