O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a Petrobras nesta segunda-feira (30). Em entrevista concedida à "RedeTV!", o presidente fez duras críticas à política de preços da estatal e afirmou que a empresa "quer mais é arrancar dinheiro do povo". Bolsonaro ainda comentou sobre os estudos sobre uma possível privatização e admitiu que, mesmo que tudo ocorresse como o planejado, a operação demoraria quatro anos.
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Bolsonaro admitiu que o plano do governo federal é mudar a presidência e a diretoria da empresa para revelar o que classificou como "caixa-preta". Segundo o presidente, apesar de ter o controle da empresa, o governo federal não sabe como funciona a mecânica de paridade do preço com o mercado internacional.
"A Petrobras no momento não tem qualquer responsabilidade e quer mais é arrancar dinheiro do povo. Quanto mais caro está o combustível, mais eles ganham, mais eles pagam para os acionistas, mais eles mandam para fora do Brasil", afirmou.
No início do mês, o presidente trocou o comando do Ministério de Minas e Energia, indicando Adolfo Sachsida, e, posteriormente, fez nova mudança no comando da estatal, indicando Caio Paes de Andrade. Desde então, o governo decidiu adotar um discurso mais aberto em relação à possível privatização da Petrobras.
Na entrevista veiculada nesta segunda-feira, Bolsonaro afirmou, entretanto, que a operação de venda da empresa demoraria quatro anos.
"Olha, a privatização na Petrobras, se der tudo certo, vai levar quatro anos. Logicamente, vai ser um negócio complicado. O que não pode é a Petrobras ser uma semiestatal e com monopólio no Brasil. Aí não dá. Eles decidem lá, "vou aumentar hoje a noite o diesel" e aumenta hoje a noite o diesel. Não quer nem saber", disse Bolsonaro.
Bolsonaro comparou a situação da empresa com a do aumento dos planos de saúde. Na última quinta-feira, a Agência Nacional de Saúde decidiu por um reajuste de 15%, também criticado por Bolsonaro.
"Aumentar 15% o plano de saúde... tinha que falar um palavrão aqui, não vou falar. Não é justo. Mas passa lá pela ANS. A Petrobras não passa por mim. Ela é praticamente autônoma agora. O que estamos tentando fazer agora via o Ministério de Minas e Engeria, que foi trocado o ministro. Ele quer colocar o novo presidente da Petrobras para botar uma nova diretoria, para que os números da Petrobras sejam expostos à opinião pública e não ser uma praticamente uma caixa preta como é hoje em dia", afirmou.