A oferta de ações da Eletrobras, que resultará na privatização da empresa e que foi protocolada hoje, pode acabar sendo cancelada caso sua subsidiária Furnas não resolva o imbróglio que envolve a hidrelétrica Santo Antônio até o dia 6 de junho.
No prospecto da operação divulgado nesta sexta-feira (27), a Eletrobras já alertava os investidores para os riscos das "obrigações financeiras de Furnas". Uma dessas obrigações diz respeito justamente ao aporte bilionário que a subsidiária da Eletrobras deve fazer na Santo Antônio Energia, que opera a hidrelétrica de mesmo nome.
No fim de semana, Furnas publicou edital de convocação para assembleia geral de debenturistas para o próximo dia 30 de maio, com o objetivo de obter aval para fazer o aporte.
Isso significa que a empresa vai ampliar a participação na usina, localizada no Rio Madeira, em Rondônia, podendo assumir seu controle.
Essa transação será necessária porque, os sócios da Madeira Energia (Mesa), controladora da Santo Antônio Energia, aprovaram por unanimidade um aumento de capital de até R$ 1,58 bilhão para quitar o pagamento de uma decisão arbitral desfavorável à Santo Antônio Energia.
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Os sócios são Furnas, Caixa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig.
De acordo com a Eletrobras, caso Furnas não obtenha as necessárias anuências com relação ao aumento de capital até o dia seis de junho de 2022, a oferta global "será cancelada".
"Além disso, caso Furnas não seja bem-sucedida em obter essas anuências (waivers), o Agente Fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das obrigações decorrentes da Escritura de Debêntures de Furnas", informou a Eletrobras.
E isso pode gerar o vencimento antecipado de outras dívidas de Furnas que correspondem a 63,6% de seu endividamento consolidado.
O imbróglio, caso não seja resolvido, também pode levar ao vencimento antecipado de outras dívidas - de aproximadamente, 42% do endividamento consolidado da companhia. O endividamento total consolidado é de R$ 41,638 bilhões.
No prospeto da oferta da Eletrobras, é dit que a previsão é que Furnas passe a deter até 72,36% do capital votante e total da Madeira Energia.