A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou nesta quinta-feira (19) que enviou ao Ministério da Economia o cálculo do índice de reajuste anual dos planos individuais e que percentual está em apreciação na pasta. A ANS não divulgou o índice recomendado e disse que não comenta projeções sobre índice do reajuste. Após análise na pasta, o percentual será publicado no Diário Ofícial da União, mas ainda sem data definida.
A agência reguladora disse ainda que participou de uma audiência pública na Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (dia 18) para detalhar todo o processo que envolve o cálculo do reajuste para os planos individuais ou familiares deste ano.
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Durante a audiência, representantes das operadoras de planos de saúde defenderam reajuste anual em torno de 16% para planos individuais — maior da história. As operadoras dizem que a pandemia de Covid-19 provocou redução das despesas em 2020, mas os custos voltaram crescer em 2021.
Além disso, dizem que os contratos individuais tiveram redução nas mensalidades de 8% em 2021 por causa da redução das despesas das operadoras no ano anterior, e que seria necessária a compensação neste ano.
O superintendente de estudos e projetos especiais da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Sandro Leal Alves, lembrou que a redução nas atividades ocorreu pelo medo das pessoas de procurarem serviços de saúde nos piores momentos da pandemia. Por isso, segundo ele, ocorreu a diminuição na procura principalmente por consultas e exames, mas a busca por esses serviços voltou a crescer no ano passado.
Já o superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, afirmou que a pandemia gerou uma distorção nas despesas, que caíram durante o isolamento social e depois "explodiram".
Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ressalta que as entidades representativas das operadoras tentam justificar um aumento elevado. Mas, segundo ela, com os argumentos que não necessariamente são técnicos
"Já vimos que os dados de referência do reajuste de 2022 são a variação de despesas médicas de 2020 para 2021 e essa variação ficou abaixo dos níveis pré pandêmicos, o que não justificaria um aumento tão elevado como o que estão querendo nos fazer crer que virá", afirma ela, acrescentando que os contratos coletivos devem amargar reajustes ainda maiores.
O presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa, Denis Bezerra (PSB-CE), avaliou que um reajuste de dois dígitos nos planos de saúde vai penalizar ainda mais a faixa da população com idade avançada, em meio à crise econômica agravada pelo aumento geral de preços.