Em encontro com empresários e embaixadores, o presidente Jair Bolsonaro disse que a inflação é uma “questão mundial”. Ao discursar por cerca de sete minutos durante um almoço feito no restaurante Figueira Rubaiyat, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, nesta quinta-feira, ele lembrou os casos de corrupção na Petrobras e citou preocupações com o desabastecimento de alimentos.
Mas, por outro lado, teceu elogios próprios. Em áudio obtido pelo GLOBO, ele disse que a condução da política externa “vai muito bem”, que o país “se conduziu muito bem na pandemia” e que “não se ouve mais falar em corrupção”. E lamentou que a condução da pandemia foi tirada de sua mesa presidencial.
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Estavam presentes embaixadores, executivos nacionais e estrangeiros, além do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ministros de Minas e Energia (Adolfo Sachsida) e Meio Ambiente (Joaquim Leite), além do presidente do BNDES (Gustavo Montezano), da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e de Eduardo Eugênio, da Firjan.
Além de agradecer a empresários brasileiros e estrangeiros, Bolsonaro lembrou da presença de embaixadores. Citou nominalmente os representantes de África do Sul, Bélgica, Burkina Faso, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Iraque, Japão, Kuwait, Romênia, Singapura, Suíça, Uruguai, Rússia, Portugal, Bielorússia e Moçambique.
"Isso demonstra a condução da política externa brasileira que vai muito bem, em especial pela credibilidade que o governo transmite em suas viagens mudo afora. E também pelo interesse no nosso Brasil. O mundo está de olho no Brasil. O Brasil deixou de ser um país do futuro. É um país do presente. É uma demonstração inequívoca do que é o Brasil para o mundo, do que nós representamos. E desse ainda novo mercado da economia verde. O Brasil desponta com uma potência e o Brasil, um país fantástico, acolhe a todos de braços abertos."
Disse ainda que a confiança e certeza nos contratos fazem do Brasil um “porto seguro”:
"O mundo todo está globalizado e problemas que acontecem até do outro lado do mundo, a 20 mil quilômetros, representa algo para todos nós aqui."
Lembrou que a “inflação é uma questão mundial”:
"Não existe país que não esteja sofrendo os reflexos da inflação, em especial a questão da pandemia. E em muitos países também já se nota a possibilidade de desabastecimento. É uma preocupação grande de todos os chefes de Estado, a sua segurança alimentar. E todos voltam os olhos para o Brasil, um país que é uma potência agrícola. Um país que a agricultura, em especial, não parou."
Bolsonaro disse que o "Brasil se conduziu muito bem por ocasião da pandemia”, com “um esforço federal muito grande para que a economia não entrasse em colapso”:
"Talvez, aproveitando os embaixadores, o único chefe de Estado do mundo, digo, talvez, que não aceitou, ‘o fica em casa que a economia a gente vê depois’. Lamentavelmente a condução da pandemia foi tirada da minha mesa presidencial, mas o Brasil fez a sua parte colaborando com os Estados e municípios e mais com os mais humildes, quando foram obrigados a ficar em casa e não perderam toda sua renda. Não tivemos nem um problema social do Brasil, porque nós acolhemos a essas pessoas. Estamos voltando à normalidade. Já se nota sinais claros do que acontece."
No final de suas palavras, citou ainda a presença do presidente da Petrobras para lembrar que a dívida da estatal chegou a R$ 900 milhões entre 2003 e 2015:
"Deixar bem claro aqui, já que está aqui o presidente da Petrobras. E quero agora falar com os mais humildes que estão ali atrás que vão nos servir daqui a pouco para sentirem um pouco o que era o Brasil de poucos anos. O endividamento da Petrobras de 2003 a 2015 chegou na casa dos R$ 900 bilhões. Corrupção, desmandos, mal feitos, projetos começados e não concluídos, entre outras tantas coisas. Esse montante seria suficiente para construir 60 vezes uma transposição do Rio São Francisco. O Brasil que muda e não se ouve mais falar em corrupção."