O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirmou nesta quinta-feira (12) que a categoria fará "a maior greve da história" caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) paute a privatização da Petrobras.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram
e fique por dentro de todas as notícias do dia
"Ao invés de buscar um 'bode expiatório' para enganar a população, fingindo preocupação, Bolsonaro deveria assumir o papel de mandatário e acabar com essa política de preços covarde, que vem levando o povo cada vez mais à miséria", declarou Bacelar pelo Twitter.
"Bolsonaro, repito: você vai ver a maior greve da história da categoria petroleira caso ouse pautar a privatização da Petrobrás", continuou.
Neste mês, a Petrobras reajustou em 8,87% o preço do diesel nas refinarias.
Com isso, o preço médio do combustível para as distribuidoras passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
Desde 2016, a estatal baseia seus preços de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional. É a chamada política de Preço de Paridade Internacional (PPI).
A fala de Deyvid Bacelar é uma dura reação à declaração do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. Em seu primeiro discurso, ele afirmou que pediria estudos ao ministro Paulo Guedes, da Economia, sobre a privatização da Petrobras e da PPSA, responsável pelo Pré-sal.
"Meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia é solicitar ao ministro Paulo Guedes que leve ao conselho do PPI a inclusão da PPSA no PND [Plano Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para a sua desestatização", disse Sachsida.
"Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras".
O economista, que trabalhava como secretário especial do Ministério da Economia, é um dos homens de confiança de Guedes. Ele assumiu o novo cargo após a exoneração de Bento Albuquerque no último dia 11. Albuquerque deixou o Ministério de Minas e Energia diante das pressões sobre os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis.
Mesmo com as sinalizações, a privatização da Petrobras parece sofrer resistência no Congresso Nacional, inclusive pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O parlamentar disse ontem que não considera que a desestatização da companhia "esteja no radar", porque "o momento é muito ruim para isso".
"Eu acho importante que tenhamos um estudo aprofundado sobre possibilidades relativamente à Petrobras. Mas não considero que esteja no radar ou na mesa de discussão neste momento a privatização da empresa porque o momento é muito ruim para isso", afirmou ele após participar de uma reunião com secretários de Fazenda dos estados.