Estatal que comercializa a parcela de petróleo da União nos contratos de partilha pretende vender também o 'gás na boca do poço'
Ivonete Dainese
Estatal que comercializa a parcela de petróleo da União nos contratos de partilha pretende vender também o 'gás na boca do poço'

A Pré-Sal Petróleo (PPSA) informou nesta quinta-feira (5) que pretende promover leilões para vender o gás que é produzido nos campos do pré-sal que foram concedidos no regime de partilha.

A PPSA foi criada para comercializar a parte do petróleo e gás natural que pertence à União nos campos dentro do polígono do pré-sal. Há alguns anos a estatal já vem vendendo petróleo atrávés de leilões.

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Agora, a PPSA já está consultando informalmente as petroleiras potencialmente interessadas no gás natural da União para entender as principais demandas e formatar sua estratégia comercial.

Segundo a PPSA, a ideia é  promover um processo competitivo no segundo semestre deste ano. Neste primeiro momento, a PPSA oferecer o gás dos campos do Entorno de Sapinhoá, de Búzios e da Jazida Compartilhada de Tupi. Essas três áreas já têm gasodutos ligando os campos até a costa.

No comunicado, a PPSA diz que "a ideia inicial é possibilitar que as empresas comprem o gás natural na boca do poço". Ou seja, uma fonte explicou que esse gás poderá ser oferecido às petroleiras que já têm contratos de acesso com a Petrobras para usar parte do espaço desses gasodutos (a Rota 1 e a Rota 2).

Outra hipótese em estudo é que a PPSA  tenha a  possibilidade de contratar o escoamento e entregar o gás natural ao comprador na saída do duto de escoamento, já em terra. Mas a Petrobras também pode comprar esse gás se ela tiver interesse.

Com o início da operação do gasoduto chamado Rota 3, a PPSA pretende  incluir a comercialização do gás natural da União dos campos de Sépia e Atapu. Isso, pelas contas da PPSA, vai permitir  comercializar uma produção de cerca de 200 mil metros cúbicos por dia no próximo ano,  o dobro do volume previsto neste ano.

Mas, para Rivaldo Moreira, CEO da consultoria Gas Energy, os volumes são pequenos, o que não traz impacto grande para o mercado. Para ele, há duvidas sobre a recorrência desses volumes.

"Esse gás vai estar disponível por quanto tempo? É um gás firme? A questão é por quanto tempo esse gás estaria disponível? É por um ano, um mês ou dia? A PPSA estaria entregando esse gás por quanto tempo? Não está definido como esse acesso será feito. Parece que, embora a medida seja positiva, estamos longe de um modelo que possa gerar efeitos em preço para o mercado consumidor."

Ele destacou que Sapinhoá e Tupi foram os primeiros campos do pré-sal e já estão em produção.

"O problema aqui não é a infraestrutura nem para processar nem trasportar esse gás.  A dúvida é se a PPSA vai fazer leilão só para as empresas que já têm acesso negociado com a Petrobras não só no gasoduto como nas UPGNs ou se  vai abrir para as outras companhias. Aí, elas teriam que negociar condições de acesso", ressaltou Moreira.

Bruno Armbrust, da ARM Consultoria, diz que a inciciativa é  interessante "se tiver capacidade de escoamento e processamento".

"Importante o gás ser dirigido ao mercado livre."

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