Fachada do prédio do IRB
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Fachada do prédio do IRB

O ex-executivo do IRB Brasil Resseguros SA Fernando Passos é processado nos Estados Unidos por tentar aumentar o preço das ações da empresa com base em rumores falsos envolvendo a empresa de investimentos do bilionário Warren Buffett, informou o Departamento de Justiça americano nesta segunda-feira (18).

Em março de 2020, Passos, ex-vice-presidente de finanças e relações com investidores do IRB Brasil Resseguros, teria dito que a Berkshire Hathaway, empresa de participações do megainvestidor Warren Buffett, havia aproveitado a desvalorização dos papéis do IRB, após denúncias levantadas pela gestora Squadra, para comprar uma fatia significativa da resseguradora, fazendo um investimento significativo. Buffett, porém, negou ser sócio da resseguradora logo após.

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Em uma queixa civil apresentada em um tribunal federal de Manhattan, em Nova York, a Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora do mercado de capitais nos EUA, alegou que o executivo fabricou a história para sustentar o preço das ações do IRB.

Para isso, teria usado uma lista falsa de acionistas que mostrava que a Berkshire havia comprado 28 milhões de ações da resseguradora avaliadas, na época, em cerca de US$ 800 milhões.

Após a informação chegar aos ouvidos de investidores, as ações do IRB subiram 6,7%. Depois que a verdade veio à tona, entretanto, os papéis caíram 43% em dois dias.

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Em 4 de março de 2020, Passos e o presidente-executivo José Carlos Cardoso renunciaram. Em junho do mesmo ano, o IRB reajustou suas finanças de 2019 para tratar de irregularidades contábeis, reduzindo o lucro líquido em 31%.

Agora, Fernando Passos enfrenta uma acusação de fraude de valores mobiliários e três de fraude eletrônica. Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão por cada uma delas, informou o Departamento de Justiça americano, que o considera foragido.

Embora o IRB seja listado na Bolsa brasileira B3, o Departamento de Justiça diz que há americanos entre os detentores de ações do IRB.

O regulador de valores mobiliários do Brasil, a CVM, informou em novembro passado que apresentaria acusações civis contra Passos, por manipulação de mercado, e Cardoso, por divulgar informações falsas.

Procurado, o IRB Brasil disse que não vai se manifestar, já que o executivo não trabalha mais lá. Passos não foi encontrado.

* Com agências internacionais.

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