Dólar cai 0,79% e pode fechar com maior queda trimestral desde 2009
Felipe Moreno
Dólar cai 0,79% e pode fechar com maior queda trimestral desde 2009

O dólar fechou nesta quinta-feira (31) em queda de 0,57%, negociado a R$ 4,7592 e teve recuo trimestral de 14,63%. Essa é a maior baixa da moeda norte-americana em um trimentre desde junho de 2009.

No pregão, a moeda sofreu influência da formação da Ptax de março, taxa calculada pelo Banco Central (BC). Ao longo do dia, os agentes do mercado tentaram direcionar a cotação para valores mais favoráveis ante suas posições na moeda. 

A vitória foi dos "vendidos", que são aqueles que apostam na baixa da moeda.

"Ajudou mais uma vez para o fortalecimento do real, a continuidade do ingresso de investidores estrangeiros. Já na parte da tarde, o dólar continuou no terreno negativo, ainda refletindo a briga da Ptax, mas afastando-se das mínimas", destacou o analista da corretora de câmbio Correparti, Guilherme Esquelbeck.

Já o Ibovespa cedeu 0,22%, aos 119.999 pontos. No mês, o principal índice da B3 teve alta de 6,06%. No ano, o Ibovespa tem alta de 14,48%

"A queda das commodities prejudicou o desempenho do índice, mas o recuo dos juros acabou impedindo perdas maiores", destacaram analistas da Guide Investimentos, em relatório.

Inflação nos EUA segue alta

Nos EUA, o índice de preços das despesas de consumo pessoal aumentou 0,6% em fevereiro, após avançar 0,5% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, o índice subiu 6,4%. É maior aumento desde 1982.

O núcleo do índice, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% em fevereiro depois de avançar 0,5% em janeiro. No acumulado anual, a alta foi de 5,4%. É o maior ganho desde 1983.

Os números são importantes, pois ajudam os mercados a calibrar suas expectativas sobre os próximos passos do aperto monetário que já começou a ser imposto pelo Federal Reserve, Banco Central americano.

No país, também foram divulgados números sobre o mercado de trabalho. Os pedidos iniciais de seguro-desempego aumentaram em 14 mil na semana encerrada em 26 de março, chegando no patamar de 202 mil, um pouco acima das expectativas.

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Ainda na cena externa, os investidores monitoram os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Na véspera, os principais índices acionários globais fecharam em queda com um sentimento mais negativo ante as negociações entre os dois países.

Ações

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cediam 0,54% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,15%.

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Na mesma semana em que o governo anunciou mudanças no comando da Petrobras, a estatal alertou a investidores estrangeiros que o presidente Jair Bolsonaro pode impor mudanças na política de preços da companhia.

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As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 0,15% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 1,24%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) cediam 1,67%.

No setor financeiro, as preferenciais da Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de 1,24% e 1,675, respectivamente.

Petróleo cai

Os preços dos contratos futuros do petróleo apresentavam baixas, com notícias de que os EUA poderiam liberar até 1 milhão de barris por dia de sua reserva estratégica, segundo informou o The Wall Street Journal.

O volume a ser liberado é sem precedentes. Seria um milhão de barris por dia por 180 dias.

Em paralelo, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciaram hoje que não vão se desviar do seu cronograma de aumentos graduais de produção.

Os países ratificaram o aumento de oferta de 432 mil barris por dia programado para maio, em linha com as expectativas.

Por volta de 12h, no horário de Brasília, o contrato para maio do petróleo tipo Brent caía 5,11%, negociado a US$ 107,65, o barril.

Já o contrato para o mesmo mês do petróleo tipo WTI cedia 5,26%, cotado a US$ 102,15, o barril.

Bolsas no exterior

As bolsas americanas operavam com baixas. Por volta de 12h05, em Brasília, o índice Dow Jones cedia 0,33% e o S&P, 0,13%. A Bolsa Nasdaq caía 0,15%.

Na Europa, as bolsas operavam com baixas. No mesmo horário, a Bolsa de Londres cedia 0,64% e a de Frankfurt, 0,98%. Em Paris, ocorria queda de 0,85%.

As bolsas asiáticas fecharam com baixas. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, cedeu 0,73%. Em Hong Kong, houve baixa de 1,06% e, na China, de 0,44%.

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