O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central reajustou nesta quarta-feira (16) a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, atingindo 11,75%. Esse é nono aumento seguido da Selic, que completou um ano de alta.
O aumento acontece em meio a pressão inflacionária do país, que deverá ser impactada com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Os reajustes na gasolina, diesel e gás de cozinha anunciados pela Petrobras devem impulsionar a inflação nos próximos meses.
A medida tomada pelo Copom já era prevista pelo mercado financeiro. O próprio BC já havia prometido novas altas para conter a disparada da inflação
"A decisão do Banco Central já era esperada. A União Europeia passa por alta na inflação e, claro, que no Brasil a situação não difere. No ano passado tivemos 10% de inflação e isso faz com que o Copom tome medidas para evitar a repetição desse número", explica Victor Barreto, sócio da Strati Investimentos.
"Ele reduz o estímulo econômico para segurar os gastos da população. Isso, obviamente, impacta na economia de forma geral", completa.
O aumento da Selic deverá impactar, principalmente, na concessão de empréstimos e financiamentos. Com os juros mais altos, as parcelas ficarão mais caras, o que deverá servir de alerta para o consumidor.
A geração de empregos também deverá ser impactada, com o custo mais alto para as empresas na hora de pagar o funcionário. O Produto Interno Bruto (PIB) também deverá sentir os efeitos da alta dos juros.
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Guerra entre Rússia e Ucrânia
A medida em que aumentam as tensões entre Rússia e Ucrânia, as commodities ficam mais caras, obrigando o setor produtivo no Brasil a procurar alternativas para manter a situação em normalidade. Conforme passa o tempo, as importações ficam mais caras e provoca nova alta na inflação.
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É exatamente isso que preocupa o Copom. O Brasil é um país dependente do agronegócio e possui relações com Rússia e Ucrânia para a compra de fertilizantes. Se a guerra continuar, o BC será obrigado a aumentar a Selic para evitar uma escalada de preços no Brasil.
"Acho que o Banco Central irá usar esse tempo até a próxima reunião para analisar a situação econômica e os impactos da guerra no país. Não acredito em altas como as registradas no ano passado", afirma Barreto.
Expectativa para as próximas reuniões
O Banco Central deixou claro que irá reajustar a Selic no próximo encontro, marcado para os dias 3 e 4 de maio. No comunicado, o BC prevê um reajuste de 1 ponto percentual, elevando a Selic para 12,75%.
Até o fim do ano passado, o mercado financeiro acreditava que a Selic estacionasse entre 12,25% e 12,75% em 2022. No entanto, as expectativas foram reajustadas e a previsão passou para entre 13% e 13,5%.