Dólar cai e Bolsa sobe, com risco no exterior e inflação em foco
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Dólar cai e Bolsa sobe, com risco no exterior e inflação em foco

O dólar tem queda, chegando a operar abaixo dos R$ 5, enquanto a Bolsa sobe no início desta sexta-feira (11). Os ativos domésticos tentam acompanhar o sentimento mais favorável ao risco no exterior. Na cena interna, a atenção dos investidores se volta para a divulgação de dados de inflação de fevereiro, que vieram acima do esperado.

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Por volta de 10h35, a moeda americana tinha baixa de 0,09%, negociada a R$ 5,0115, após chegar a bater a casa dos R$ 4,98.

Na quarta-feira, o dólar já tinha operado abaixo dos R$ 5, para depois fechar em R$ 5,0109.

No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,25%, aos 113.941 pontos.

Maior alta desde 2015

A inflação subiu 1,01% em fevereiro ante janeiro,  segundo dados divulgados pelo IBGE.

É a maior taxa para o mês desde 2015, quando chegou a 1,2%. Com o resultado, o indicador acumula alta de 10,54% em 12 meses.

Os números vieram acima do projetado e devem ajudar os investidores a calibrarem as expectativas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que se aproxima.

O avanço dos preços de commodities como o trigo e o petróleo e seus efeitos colaterais, como a alta dos combustíveis na cena interna, já fez com que várias instituições financeiras revisassem suas projeções de inflação e juros.

O período de elevação dos juros, portanto, pode se prolongar mais do que tinha sido sinalizado pelo Copom após seu último encontro.

Pressionado pelo reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras, o Senado aprovou, na véspera, dois projetos com o potencial de reduzir o preço destes produtos nas bombas dos postos.

Ainda na noite de quinta-feira, a Câmara também aprovou um deles, o Projeto de Lei Complementar 11, que muda a cobrança de ICMS sobre combustíveis.

Em relatório, analistas do Goldman Sachs avaliam as aprovações como positivas para a Petrobras, pois os projetos visam reduzir os impostos sobre os combustíveis e reduzir a volatilidade dos preços, em vez de inteferir na política de preços da estatal.

No entanto, eles ressaltam que dúvidas quanto ao conteúdo das matérias permeneçam.

"Destacamos o artigo que menciona a destinação dos lucros de 2022E (não está claro o % dos lucros) para mitigar a volatilidade do preço dos combustíveis e acreditamos que esse será o foco do mercado nos próximos dias e como isso impactaria na capacidade de pagamento de dividendos da empresa no futuro próximo", destacaram os analistas Bruno Amorim e João Frizo, em relatório.

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Na cena externa, o foco segue sendo a guerra entre Rússia e Ucrânia, que não mostra sinais de arrefecimento, pelo menos, nos próximos dias.

"De modo geral, os investidores seguem se mostrando muito sensíveis ao noticiário da guerra, fato que explica a alta da volatilidade nos últimos dias", destacaram analistas da Guide Investimentos, em relatório matinal.

Ações

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 0,98%, e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 1,57%.

As ordinárias da Vale (VALE3) avançavam 0,62%, e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3) cediam 1,35%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) caíam 0,45%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 1% e 1,4%, respectivamente. As units do Santander (SANB11) subiam 0,15%.

As units do BTG (BPAC11) subiam 0,86%, e as do Banco Inter (BIDI11), 0,17%. As preferenciais do Banco Pan (BPA4) cediam 0,28%.

Petróleo tem leve alta

Os preços do petróleo abriram em alta, mas desaceleram seus ganhos ao longo da manhã.

Por volta de 11h, no horário de Brasília, o preço do contrato para maio do petróleo tipo Brent subia 0,05%, negociado a US$ 109,38, o barril.

Já o preço para abril do petróleo tipo WTI avançava 0,33%, cotado a US$ 106,37, o barril.

Bolsas na Europa sobem

As bolsas na Europa operam em alta nesta sexta-feira, em um pregão com sentimento mais favorável ao risco por parte dos investidores.

As ações ampliaram seus ganhos depois que o presidente russo, Vladimir Putin, disse que houve algum progresso nas negociações de Moscou com a Ucrânia.

A falta de um acordo entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países após um encontro na véspera tinha esfriado os ânimos dos mercados.

Por volta de 11h, em Brasília, a Bolsa de Londres subia 1,40% e a de Frankfurt, 3,33%. A Bolsa de Paris avançava 2,38%.

Na Ásia, as bolsas fecharam com sinais contrários. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, cedeu 2,05%. Em Hong Kong, houve baixa de 1,61% e, na China, alta de 0,41%.

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