Representante da Ucrânia pede boicote de empresas brasileiras à Rússia
Encarregado de negócios no Brasil disse que medida seria alternativa a falta de ação do governo federal
O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, defendeu nesta quarta-feira (2) que o Brasil corte laços comerciais com a Rússia. Caso o governo não faça isso, Tkach sugeriu que as empresas brasileiras podem se retirar do país, como companhias de outros países vem fazendo.
"Nós gostaríamos (de) uma maior pressão sobre a Rússia. Nós apelamos (para) cortar todos os laços comerciais com a Rússia para pressionar. As empresas internacionais já estão cortando essa cooperação como Apple, Netflix", disse o diplomata, em entrevista coletiva em Brasília.
Questionado se estava defendendo que o Brasil rompesse as relações comerciais, Tkach confirmou:
"Sim. Se não for a nível estatal, que seja a nível das empresas, da cooperação das empresas", afirmou.
Entre as empresas que limitaram, suspenderam ou encerraram atividades comerciais com a Rússia estão Apple, BP, Boeing, Exxon, Harley-Davidson, Mastercard, Shell e Visa.
Tkach, que atualmente é o chefe da embaixada ucraniana no Brasil, foi perguntado também sobre a alegação do governo brasileiro de que depende da importação de fertilizantes da Rússia, e respondeu que todos os países que impõem sanções também têm perdas econômicas.
"Eu entendo é que cada nosso parceiro no mundo impondo as sanções contra a Rússia, cada um está pagando um preço. Cada um está sofrendo perdas econômicas. Mas essas perdas econômicas, os países estão sofrendo para garantir a estabilidade do sistema de segurança mundial".