O conselho da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conhecida como "o clube dos ricos", anunciou nesta sexta-feira (25) a decisão de interromper formalmente o processo de adesão da Rússia ao grupo e fechar o seu escritório em Moscou, em resposta à invasão russa na Ucrânia.
"A OCDE está firmemente solidária com o povo ucraniano", diz a nota oficial, que condena "com maior firmeza a agressão em larga escala da Rússia contra a Ucrânia".
A admissão russa ao grupo estava suspensa desde março de 2014, quando o país decidiu tomar o território da Crimeia.
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Brasil negocia entrada
Os 38 países que integram o Conselho decidiram, por unanimidade, convidar o Brasil a dar início ao processo formal de ingresso na organização. Com o convite, as negociações serão formalizadas e, segundo fontes do governo brasileiro, devem durar entre três e cinco anos.
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O pedido de adesão à OCDE foi feito no governo do ex-presidente Michel Temer e reforçado pela equipe do presidente Jair Bolsonaro. Desde então, o Brasil aderiu a 103 dos 251 instrumentos normativos exigidos para entrar no organismo, sendo que na atual gestão foram 37 adesões.
Brasil e outros cinco países candidatos negociarão com OCDE ao mesmo tempo
Em Brasília, o convite feito ao Brasil é considerado uma vitória diplomática. Isto porque as negociações ocorrerão, ao mesmo tempo, com os seis candidatos a membros da OCDE: além do Brasil, concorrem a uma vaga Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia.
Esta sempre foi a fórmula defendida pelo secretário-geral do organismo, o australiano Mathias Cormann, com apoio do Brasil. Assim, chegará na frente o país que cumprir mais rápido o total de regras exigidas para a adesão.
Outro ponto considerado relevante, nos bastidores, é que a OCDE se pronunciou antes das eleições deste ano. A expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro tentará se reeleger.