As entidades representativas do setor da construção civil enviaram uma carta conjunta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em que cobram esclarecimentos sobre a abertura de uma nova rodada de saque do FGTS.
No documento, os empresários pedem que a medida não seja implementada para não sacrificar empregos, alegando que o FGTS não pode ser transformado em complemento de renda, gerando “falsa impressão” de recuperação da economia.
Nessa nova rodada, a equipe econômica quer autorizar saques no valor de até R$ 1 mil por trabalhador, o que pode beneficiar 40 milhões de cotistas e injetar na economia R$ 30 bilhões no ano eleitoral.
Na carta, representantes do setor da construção reclamam que não foram ouvidos pelo governo. Eles argumentam que nos últimos anos, os cotistas passaram a receber parte do lucro líquido anual auferido pelo FGTS. Citam também a modalidade de saque-aniversário, que entrou em vigência em 2020 e permite ao trabalhador sacar parte do saldo na data do aniversário.
Além disso, é possível tomar empréstimo bancário e antecipar os valores que podem ser sacados no futuro, na data de aniversário do trabalhador – medida semelhante à antecipação do Imposto de Renda.
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O setor destaca ainda que o FGTS é um instrumento de proteção ao trabalhador nas demissões sem justa causa, além de exercer papel social ao investir em políticas de geração de emprego. Para cada R$ 1 milhão aplicados em programa de habitação e saneamento, são gerados 18,3 empregos diretos e indiretos.
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Nos últimos dois anos, o FGTS injetou na economia R$ 180 bilhões, diz a carta, com os saques tradicionais, como demissões sem justa causa, aposentadoria e compra casa própria para obras e concessão de subsídios às famílias de baixa renda.
“Com estes argumentos, a indústria da construção solicita que tal medida não seja implementada pelo Ministério da Economia. Transformar o FGTS em complemento de renda gera a falsa impressão de que auxiliará a economia do país” diz a carta, acrescentando:
“Os benefícios do FGTS com investimento são totalmente positivos e não podem ser interrompidos por medidas que, apesar de bem-intencionadas, não resultarão em emprego e renda sustentáveis para a população.”