Lula e o senador Jean Paul Prates em reunião nesta terça-feira
Ricardo Stuckert
Lula e o senador Jean Paul Prates em reunião nesta terça-feira

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a reforma trabalhista aprovada em 2017 pelo governo Michel Temer. O petista disse que uma reforma deveria melhorar as condições de trabalho, mas o que a PEC fez foi "destruir" o direito dos trabalhadores. 

"Reforma na casa é para melhorar a casa. Reforma no carro é para melhorar o carro. Mas o que fizeram com a reforma trabalhista foi uma destruição. É como se eles tivessem dinamitado os direitos dos trabalhadores, tudo que construímos desde 1942, quando foi criada a CLT", declarou à Rádio Passos FM, de Minas Gerais. 

Ainda em janeiro, Lula disse que os brasileiros deveriam "acompanhar de perto" o que está acontecendo com a reforma trabalhista na Espanha, que anunciou a revogação da reforma aprovada em 2012, após o aumento da taxa de desemprego no país. Segundo Lula, o presidente espanhol Pedro Sánchez estaria "trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores".

Lula  disse que faria o mesmo para fomentar o crescimento do emprego no país. 

"O desafio do futuro é que tipo de emprego iremos criar. É preciso que as pessoas tenham direitos, férias, ganhem um salário digno para comer. É isso que nós queremos fazer e construir nesse país outra vez."

Petrobras e Eletrobras

Lula voltou a indicar que o processo de privatização da Eletrobras pode se tornar um mau negócio para os investidores que decidirem comprar ações da empresa. "Os empresários que tiverem juízo, é importante 'contar até 10' antes de comprar a Eletrobras a preço de banana", alertou Lula, que já deu indícios que pode  desfazer a venda, se eleito.

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"Quero deixar bem claro que eu e o PT somos contra a privatização da Eletrobrás. Não há necessidade de se vender um patrimônio construído pelo povo brasileiro, que regula o sistema elétrico, e que pode impedir preços abusivos nas contas de energia", disse Lula.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que entrára com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o processo de privatização da Eletrobras, que  já teve aval do TCU (Tribunal de Contas da União). 

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O ex-presidente também criticou a "dolarização" do preço dos combustíveis. Em entrevista anterior, Lula disse que iria  "abrasileirar" a gasolina.

"Não existe nenhuma razão técnica ou político-econômica para a Petrobrás tomar a decisão de internacionalizar o preço dos combustíveis, a não ser para atender os interesses dos acionistas, principalmente aqueles que ficam lá em Nova York", afirmou.

"O preço do combustível é caro no tanque, mas também no mercado, porque impacta no preço dos alimentos. Esse preço dolarizado dos combustíveis concentra riqueza nas mãos dos mais ricos e tira recurso dos mais pobres", completou Lula.


** Luís Felipe Granado é repórter do Brasil Econômico, editoria de Economia do Portal iG, e pesquisador na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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