O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que tem havido uma subida consistente da inflação do núcleo IPC, que desconsidera alimentos e energia, e que esse movimento ocorre no Brasil, que é acompanhado de perto por outros países.
"A gente vê, de fato, uma tendência de inflação que é crescente", afirmou durante palestra sobre o cenário econômico voltada para o setor agro.
Campos Neto disse que foi avaliada ainda como essa inflação está se disseminando, e o setor de energia pesou para esse desempenho. Ainda que o Brasil tenha tido uma pequena queda recente, foram esses choques que repercutiram no indicador obtido no ano passado.
"O que levou a inflação do Brasil acima da média (mundial) foi a inflação da energia. A gente teve choque energético vindo de vários lados, como o petróleo e a crise hídrica. O choque que a gente teve foi um dos maiores da história recente", ponderou.
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O presidente do BC também ponderou que, desta vez, o Brasil também importou parte da inflação de fora, já que a elevação de preços ocorreu em escala global.
"Nosso último surto inflacionário foi somente brasileiro, a inflação americana estava abaixo de 2%. No entanto, agora a nossa inflação veio acompanhada de grande componente de inflação importada. E vemos o núcleo da inflação americana subindo, não tanto como o Brasil, mas bastante alta", afirmou.
Em relação aos Estados Unidos, Campos Neto avalia que a taxa de juros do país, que deve passar por ajustes em março, ainda ficará abaixo da neutra e que o país teria de fazer um aperto maior para reduzir a inflação.