Após a paralisação de dois dias no início da semana, que deixou sem atendimento pelo menos 27 mil pessoas em todo o país, a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) se reuniu nesta quinta-feira (10) com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni; com o presidente do INSS, José Oliveira; e com o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, para tratar das reivindicações da categoria, que culminaram com paralisações nos dias 31 de janeiro e 8 e 9 de fevereiro. Os representantes da entidade serão novamente recebidos na semana que vem, a fim de ouvir o que o governo tem a propor.
Entre os pedidos ao ministro está a recomposição salarial de 19,99%, relativa às perdas com a inflação de 2019 a 2022, a fixação do número máximo de 12 atendimentos presenciais como meta diária para os médicos peritos e a realização imediata de concurso público para preenchimento de três mil vagas de médicos peritos.
De acordo com a associação, após ouvir as reivindicações, o ministro convidou a diretoria da ANMP a participar de uma nova reunião presencial na próxima quarta-feira (dia 16), na qual vai apresentar o posicionamento oficial e detalhado do governo sobre todas as reinvindicações da carreira.
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Em seu site, a associação diz ter recebido essa sinalização de modo positivo e afirmou estar confiante de que nos próximos dias sejam adotadas medidas favoráveis à perícia médica federal.
Atualmente, existem 3.411 médicos peritos no Brasil. Desse total, 2.853 estão em atendimento em todo o país. O número de servidores já chegou a cinco mil, segundo fontes.
Corte no Orçamento
A mobilização da categoria ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetar, no Orçamento de 2022, quase um terço (R$ 1 bilhão) dos gastos discricionários que o ministro Onyx Lorenzoni teria para este ano.
Com isso, restaram R$ 2,035 bilhões. Dentro do ministério, o INSS foi a unidade mais afetada, com a perda de R$ 988 milhões que seriam usados na administração, na gestão e no processamento de dados.