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Pedro Knoth
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O Twitter registrou salto de 22% nas vendas e ganhou 6 milhões de usuários no último trimestre de 2021. Os números mostram que o impacto das mudanças na política de privacidade da Apple não foi tão grande sobre o microblog como foi para o Facebook, o que trouxe alívio para os investidores. As ações da empresa chegaram a subir 9% no pré-mercado em Nova York.

A receita alcançou US$ 1,57 bilhão no quarto trimestre, levemente abaixo da previsão de US$ 1,58 bilhão de analistas, mas um avanço de mais de 20% na comparação com igual período de 2020. No ano, o faturamento da empresa foi de US$ 5 bilhões, alta de 37% sobre 2020.

Os 6 milhões de novos usuários - sendo 1 milhão nos EUA - elevaram a média de usuários diários ativos do Twitter para 217 milhões, aumento de 13% em relação aos últimos três meses do ano passado.

Analistas aguardavam ansiosos pela divulgação do resultado de hoje, após o tombo histórico do valor de mercado do Facebook na semana passada.

A empresa de Mark Zuckerberg informou na última quarta-feira que o seu número de usuários havia ficado estável e que, nos EUA, havia recuado devido à concorrência com redes sociais como o Tik Tok.

Disse ainda que as mudanças feitas pela Apple lhe causariam um prejuízo de US$ 10 bilhões e previu um resultado pior que o esperado no primeiro trimestre de 2021, o que fez a empresa perder mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, a maior da história dos EUA.

'Potenciais mudanças futuras'

As projeções reveladas pelo diretor financeiro do Twitter, Ned Segal, para o primeiro trimestre não assustaram o mercado como ocorreu com o Facebook. O microblog espera faturar entre US$ 1,17 bilhão e US$ 1,27 bilhão, quando o consenso entre analistas é de US$ 1,26 bilhão.

Segal explicou que a receita nesses primeiros três meses será afetada pela venda, fechada no primeiro dia do ano, de uma plataforma de anúncios, a MoPub, mas que a equipe já está trabalhando em outros produtos de publicidade.

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O Twitter também frisou que o impacto das mudanças nas políticas de privacidade da Apple será "modesto" e que a empresa poderá "navegar por potenciais futuras mudanças".

Desde o ano passado, empresas como Twitter, Facebook e demais redes sociais precisam pedir autorização de usuários para coletar seus dados se estes forem clientes da Apple.

Esses dados costumam ser usados para rastrear interesses dos internautas enquanto navegam na web, possibilitando oferta de anúncios personalizadas. No entanto, o Twitter é menos dependente desse mecanismo. Boa parte da receita publicitária do microblog vem do outras formas de anúncios, que exigem menos informações dos usuários para serem eficazes.

Recompra de ações

"Embora a reorganização da receita com produtos à luz das mudanças da Apple tenham nos tomado tempo adicional, energia e recursos em 2020 e 2021, acreditamos que as melhorias feitas em nossos produtos ajudaram a reduzir esse impacto no Twitter", disse a empresa e uma carta aberta a investidores.

Para 2022, o Twitter espera alta de 20% da receita, em linha com a expectativa de mercado. E planeja uma rápido crescimento nos próximos dois anos, alcançando 315 milhões de usuários diários ativos e US$ 7,5 bilhões de faturamento em 2023.

A companhia também anunciou que vai recomprar US$ 2 bilhões em ações em breve. Outros US$ 2 bilhões já estão autorizados pelo Conselho. A empresa já tinha aval para compra de US$ 2 bilhões de papéis em 2020, mas US$ 819 milhões referentes a essa primeira fase do programa não foram usados.


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