O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira revelou que o governo tem o diesel como alvo principal para reduzir a inflação. Ele justifica que o combustível afeta o preço de alimentos por ser o mais utilizado no transporte de carga no país.
"A determinação é reduzir os impostos federais no que diz respeito ao diesel, que é o fator mais complicado. Sei que a população sofre com a questão da gasolina, mas o diesel é o que transporta os alimentos e as pessoas nas grandes cidades", declarou em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, na madrugada desta segunda-feira, 7.
"A ideia é darmos condições para que os governadores também reduzam, já que estão arrecadando tanto."
O ministro da Casa Civil diz que Bolsonaro re preocupa em manter o dólar baixo e evitar novas altas nos combustíveis.
Hoje temos um dólar que não deveria estar nesse valor. Era para estar abaixo de R$ 5, e acho que vamos chegar nisso. Passamos por muita instabilidade, muitos problemas, saímos do meio de uma pandemia", analisou.
Nogueira também se queixou da falha na conclusão de refinarias como a Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Premium I, no Maranhão, que se tivessem sido concluídas, na visão do ministro, tornariam o país autossuficiente em petróleo e menos suscetível à variações externas.
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Reformas
Ciro Nogueira defendeu o avanço de pautas como a reforma tributária para simplificar o "sistema mais complexo e injusto do mundo". Ele alega que a politização do assunto impediu que a medida fosse aprovada.
"Aprovamos a reforma na Câmara, mas chegou no Senado e foi travada. Lá o governo tem muita dificuldade. A reforma tributária talvez seja a mais complexa de todas, porque envolve todos os poderes, interesses do empresariado, trabalhadores", disse o ministro. "Mas não tenho dúvida: se ganharmos a reeleição de Bolsonaro, ela irá sair no próximo governo. Teremos um sistema muito mais enxuto, que leve o País a uma perspectiva de crescimento, para que a população tenha justiça na hora de pagar impostos."
Nogueira também afirmou que a privatização da Eletrobras, em análise no TCU (Tribunal de Contas da União), será concluída ainda em 2022.
Reajuste salarial do funcionalismo
O ministro, que apoia o aumento salarial de servidores federais , afirmou que ainda não há definição sobre o que fazer para solucionar o impasse com a categoria.
O ministro disse que o aumento de benefícios dos servidores , como o vale-alimentação, é uma das alternativas cogitadas.
"Os servidores merecem aumento, é legítima a reivindicação. Mas se não tivermos responsabilidade quanto a isso, quem vai sofrer não é o funcionalismo, e sim os milhões de pessoas que estão passando fome. É difícil de sair, a não ser que tenha uma discussão de corte de gastos, que pode acontecer no Congresso", afirmou Nogueira.