João José Tafner
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João José Tafner

A bancada do Psol protocolou um requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, à Câmara dos Deputados para que ele explique a nomeação do auditor fiscal João José Tafner, apoiador da família Bolsonaro, para a Corregedoria da Receita Federal.

O órgão é um dos responsáveis por investigar o esquema das rachadinhas, cujo filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, está envolvido. 

"Esse é mais um episódio em que o governo Bolsonaro aparelha as instituições brasileiras para encobrir os crimes e esquemas de sua família. Dessa vez o alvo é a Receita Federal, ferindo o princípio da impessoalidade, na tentativa de impedir o prosseguimento das investigações das rachadinhas de Flávio Bolsonaro na ALERJ", aponta a líder da bancada do Psol, Sâmia Bomfim.

O Psol alega que o aparelhamento do Estado para blindar aliados políticos é ilegítimo e inconstitucional.

"Queremos que Guedes venha à Câmara prestar contas e elucidar os critérios para a nomeação de João José Tafner, notório apoiador do governo e da família Bolsonaro, como corregedor da Receita, uma vez que o mesmo não tem nenhuma experiência na corregedoria do órgão", afirma Sâmia.

A nomeação foi publicada nesta terça-feira (2) no Diário Oficial da União (DOU), com a assinatura do ministro da Economia.

Quem é?

Tafner é servidor federal há quase 20 anos. Ocupou no ano passado o cargo de diretor administrativo-financeiro da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa que também é vinculada ao Ministério da Economia.

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Durante a campanha eleitoral de 2018, ele posou para fotos ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de Marcos Pontes (hoje ministro da Ciência e Tecnologia) e do candidato a deputado estadual pelo PSL Marcus Dantas. Nas fotos, Tafner aparece utilizando um adesivo da campanha de Dantas.

O comando da corregedoria da Receita estava vago desde julho do ano passado, quando terminou o mandato de José Pereira de Barros Neto. No ano passado, Guedes indicou para o posto o auditor Guilherme Bibiani. Entretanto, segundo informou o colunista Lauro Jardim na época, a nomeação foi travada por Flávio Bolsonaro, que gostaria que alguém de sua confiança ficasse no posto.

Barros Neto havia sido alvo de um pedido de investigação de Flávio, que acusou o então corregedor de deixar de apurar supostos atos ilegais. O Ministério da Economia, contudo, concluiu que não houve infração e arquivou o caso.

A defesa do senador alega que a investigação da "rachadinha", da qual ele é alvo, teria sido iniciada a partir da atuação irregular de auditores da Receita no Rio de Janeiro. Em 2020, Flávio e seus advogados se reuniram com o então secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, para apresentar suas suspeitas.

Tostes Neto deixou o cargo em dezembro. De acordo com a colunista Míriam Leitão, a ordem para exonerá-lo partiu de Bolsonaro, atendendo os interesses de Flávio.


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