Bolsonaro e Ciro Nogueira
Sophia Bernardes
Bolsonaro e Ciro Nogueira

Os servidores federais, ignorados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, agora recorrem ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira , para negociar reajustes nos salários. Nesta quarta-feira (26), representantes do funcionalismo enviaram três ofícios pedindo uma reunião no dia 2 de fevereiro com Nogueira, com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux. A informação é do site Poder360. 

O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que dá mais poder à Casa Civil na execução do Orçamento, diminuindo a autonomia do Ministério da Economia. O texto determina que a Casa Civil terá que dar aval para algumas ações de abertura ou remanejamento de despesas. O decreto foi publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU).

Os servidores entendem que agora a "chave do cofre" está com a Casa Civil, por isso, após serem ignoradas por Guedes, decidiram ignorá-lo nas negociações. 

“Até o momento, não recebemos nenhuma resposta, e estranhamos o fato de não ter sido aberta uma mesa de negociação entre o governo e os sindicatos representantes dos servidores e servidoras do serviço púbico federal. Para registrar nossa disposição de iniciarmos um processo de negociação com o governo, estamos solicitando uma audiência com a Casa Civil”, dizem os representantes dos servidores, Carlos David de Carvalho Lobão (Fonasefe) e Rudinei Marques (Fonacate), no texto. 

No dia da reunião, está marcada uma paralisação na capital Brasília. A data marca também o retorno dos trabalhos do Legislativo e do Judiciário. 

O secretário-geral da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Sérgio Ronaldo da Silva, disse ao Poder360 que o protesto será mantido, mesmo se o pedido de audiência for atendido. 

“No dia 2, vamos fazer um protesto para deixar registrada a nossa indignação e insatisfação. Queremos uma resposta. Se não tivermos um retorno até lá, vamos pessoalmente cobrar a reunião”, afirmou.

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Durante a greve do dia 18, o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) encaminhou um ofício ao ministro Paulo Guedes, pedindo aumento salarial de 19,99%. A categoria está insatisfeita com o presidente Jair Bolsonaro por escolher dar reajuste apenas para os profissionais da segurança pública, mas o período de férias e a onda de casos da variante Ômicron pode diminuir a adesão ao movimento.

Além do reajuste salarial, eles pedem o arquivamento da PEC (proposta de emenda à Constituição) 32, que discute a reforma administrativa e muda as regras do funcionalismo público. 

Caso não haja avanço das negociações, uma nova paralisação está prevista para o dia 9 de março. 

Veja o calendário

  • 27 DE JANEIRO: paralisação e ato virtual;
  • 2 DE FEVEREIRO: paralisação, protesto na Praça dos Três Poderes e entrega de ofícios cobrando a negociação;
  • 9 DE FEVEREIRO: paralisação e protesto no Banco Central;
  • 14 A 25 DE FEVEREIRO: estado de greve;
  • 9 DE MARÇO: greve geral; 16 DE MARÇO: marcha nacional em Brasília.

Apesar da confiança em Guedes, Ciro não garante a permanência dele num eventual segundo mandato. 

"Aí nem eu sei se eu vou estar aqui. É lógico que, ao terminar um governo, o natural é todos os ministros entregarem seus cargos. Mas o presidente já tem um norte, a espinha dorsal do seu governo. E eu tenho certeza que o que está dando certo irá continuar. Mas aí é uma avaliação do presidente".

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