O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (25) ser injusto atribuir a ele a culpa pela alta dos combustíveis. O chefe do Executivo voltou a responsabilizar os prefeitos e governadores que adotaram o isolamento social, genericamente chamado por ele de 'fique em casa', pelo aumento dos preços. Para especialistas, entretanto, a medida foi e continua sendo uma das formas mais eficazes de contenção do contágio do novo coronavírus.
"As consequências do 'fique em casa' estão aí'. Inflação, aumento dos combustíveis. Não sou malvadão. Por mim, estaria lá em baixo o preço disso tudo. O mundo todo está sofrendo com isso. Agora, é injusto botar a culpa em mim. Quem fechou tudo, de forma irresponsável, botar a culpa em cima da gente", afirmou ele a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
A inflação medida pelo IPCA (Indíce Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechou 2021 em 10,06%, maior patamar desde 2015. A gasolina está entre os itens que mais subiram de preço. O custo médio do litro no país é de R$ 6,66, segundo levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
O último reajuste às distribuidoras foi anunciado pela Petrobras no último dia 11. Na ocasião, a gasolina subiu 4,85%, e o diesel, 8,08%.
O governo estuda criar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para zerar os tributos sobre os preços dos combustíveis. Ontem (25), Bolsonaro publicou em seu Twitter: "A PEC autoriza que o presidente da República e os governadores, caso desejem, diminuam ou zerem os impostos dos combustíveis (diesel, gasolina e álcool), bem como da energia elétrica e gás de cozinha (este último já ZERADO por nós desde o início de 2021)".