Extrema pobreza no Brasil
Agência Brasil/Fernando Frazão
Extrema pobreza no Brasil

Um levantamento feito pela Consultoria Tendências revela que 51,6% dos domicílios brasileiros integram as classes D e E — 37,7 milhões de famílias, em números absolutos. O dado representa crescimento de quase 3 pontos percentuais em relação a 2012. Como o país não tem um único critério para classificar as classes de renda, o recorte usado pela pesquisa foi a renda mensal de até R$ 2.800.

De acordo com o relatório, o cenário não é promissor para os próximos anos. A educação não revertida em produtividade é apontada como maior entrave ao crescimento da renda dos estratos sociais mais pobres, fenômeno típico de países com alta desigualdade de renda. Pessoas que são qualificadas mas não conseguem emprego correspondente ao seu nível educacional acabam ganhando menos e, assim, não mudam de posição social.

Esse grupo ainda depende fortemente das transferências das políticas sociais compensatórias do governo federal, como o Auxílio Brasil, o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS) e outras fontes de renda, inclusive o Auxílio Emergencial.

No primeiro ano da pandemia, os itens essenciais pesaram 77,6% no orçamento familiar das classes D e E. O restante da renda do domicílio, após o consumo de primeira necessidade, foi gasto em bens duráveis e semiduráveis.

Queda da renda da classe média

O relatório da Tendências aponta que a expectativa de retomada do mercado de trabalho não será suficiente para impedir a queda dos rendimentos da classe média. Após redução de 2,3% na renda desse grupo, espera-se que os dados consolidados de 2021 mostrem uma queda ainda maior, de 4,2%.

A classe C tem 86,9% das despesas totais relacionadas a consumo, sendo 32,5% com habitação; 17,1% com alimentação; 14,2% com transporte; e 6,5% com assistência à saúde.

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