O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil de 1,5% para 0,3% em 2022. Entre as 26 principais economias do mundo, a brasileira terá o pior desempenho segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial.
A entidade projeta crescimento mundial de 4,4%, sendo que os países desenvolvidos observarão crescimento médio de 3,9%. Já os emergentes crescem 4,8%, segundo a projeção, e a América Latina cresce 2,4%.
Para 2023, o FMI também diminuiu a previsão de outubro para o PIB Brasil, de 2,0% para 1,6%, representando o segundo desempenho mais baixo neste conjunto, atrás apenas da alta de 1,4% do PIB da África do Sul.
A projeção se aproxima da expectativa do mercado financeiro, que prevê alta de 0,29% no PIB, enquanto para o próximo houve redução de 0,06 ponto percentual, mas ainda fechando em 1,69%.
O motivo para o pessimismo do FMI ainda é reflexo da pandemia de Covid-19, que atrasou os fornecimentos de suprimentos nas cadeias internacionais de produção, além do forte aumento dos preços de energia e de alimentos, o que gerou uma alta substancial da inflação em todo o mundo.
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“As perspectivas também se enfraqueceram no Brasil, onde o combate à inflação provocou uma forte resposta da política monetária, que pesará sobre a demanda doméstica. Uma dinâmica semelhante está em funcionamento no México, embora em menor grau.”
O fundo aponta que os riscos ao desempenho da economia global são negativos.
"O surgimento de novas variantes da Covid-19 poderia prolongar a pandemia e induzir novas perturbações econômicas", diz o relatório. "O acesso global a vacinas, testes e tratamentos é essencial para reduzir o risco de novas perigosas variantes da Covid-19".
"Outros riscos globais podem se cristalizar conforme as tensões geopolíticas se mantêm altas, e a emergência climática em curso significa que a probabilidade de grandes desastres naturais se mantém elevada", completa o FMI.