Jair Bolsonaro
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Jair Bolsonaro

A dois dias do fim do prazo para sanção do Orçamento de 2022, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ainda não decidiu sobre o reajuste dos servidores.

Bolsonaro admitiu que a intenção inicial era conceder reajuste para agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No entanto, afirmou que é preciso decidir entre "salvar" essas três categorias ou deixar todas sofrerem.

Segundo o presidente, existe um espaço de R$ 1,8 bilhão no Orçamento para o reajuste dos servidores e que, se fosse distribuído para todos os servidores, resultaria em um aumento irrisório.

"Há uma grita de maneira geral porque a intenção inicial, não vou negar, foi reservar algum reajuste para policiais federais, rodoviários federais e pro Depen. Isso está suspenso, estamos aguardando um desenlace das ações", afirmou em entrevista à "Jovem Pan News".

O presidente, então, questionou qual decisão seria mais justa: conceder aumento a essas categorias ou dar aumento para todos.

"A gente pode fazer justiça com três categorias, e aí não vai fazer com as demais, sei disso. Mas fica aquela pergunta a todos: vamos salvar três categorias ou vai todo mundo sofrer no corrente ano?", disse.

Categoria está entre as mais bem pagas do serviço público

O presidente disse que ainda vai tomar uma decisão. No domingo, O GLOBO mostrou que integrantes de PF, PRF e Depen estão entre as poucas categorias que acumulam ganho real, acima da inflação, em sua remuneração em dez anos. A maior parte dos outros servidores viu sua renda encolher no período.

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Um delegado da PF hoje tem remuneração inicial de R$ 23,6 mil. Os vencimentos podem chegar a R$ 30,9 mil, de acordo com dados de novembro do Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia.

Para agente ou escrivão da PF, o salário vai de R$ 12,5 mil a R$ 18,6 mil. Policiais rodoviários federais têm salários iniciais de R$ 9,8 mil e podem chegar a R$ 16,5 mil.

"O tempo vai dizer como a gente vai decidir. Não quero que a gente cometa injustiça com servidor público. Reconhecemos o trabalho do servidor, a defasagem; a inflação que acabou do ano passado, 10%, foi pesada", disse. "Reconheço o trabalho dos servidores, merecem reajuste, [mas] não tem folga no orçamento para corrente ano", acrescentou.

Presidente acena aos outros servidores com aumento no ano que vem
De acordo com Bolsonaro, foi pedido à equipe econômica que contemple os servidores com um aumento no Orçamento de 2023.

"Sei que está longe, mas por ocasião da feitura do mesmo (Orçamento de 2023), obviamente que os servidores serão contemplados com reajuste salarial merecido", afirmou.

Bolsonaro elogiou os servidores e admitiu que a inflação dos últimos anos corroeu parte do salário desses funcionários. O presidente repetiu, entretanto, que não tem folga no Orçamento.

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