Nesta quinta-feira (6), o governo do Cazaquistão anunciou que vai congelar os preços dos combustíveis, após uma onda de protestos que tem tomado conta do país desde o último domingo (2). Segundo as autoridades cazaques, a medida deve "estabilizar a situação socioeconômica" local em meio às manifestações, que já deixaram dezenas de mortos e mais de mil feridos.
Os protestos tiveram início um dia após o governo ter elevado o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP). Na terça, a maioria das cidades cazaques já registravam confrontos com a polícia, sobretudo Almaty, a maior do Cazaquistão. Imagens da mídia local mostram as autoridades usando gás lacrimogêneo para tentar conter uma multidão que se aglomerava e tentava invadir prédios públicos.
O presidente do país, Kassym-Jomart Tokayev, tentou voltar atrás da decisão, mas já era tarde demais. A população saiu às ruas não só insatisfeita com o aumento nos preços dos combustíveis, como também passou a reivindicar a mudança do regime político, a eleição direta dos governos locais, o fim das prisões arbitrárias e a redução da desigualdade.
A revolta popular levou a uma derrubada no governo
e fez Tokayev decretar estado de emergência em diversas partes do país. A internet está fora do ar em algumas regiões.
Hoje, a Rússia e outros países membros da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) anunciaram que vão enviar tropas para o Cazaquistão, a pedido do próprio presidente do país.