Veja dicas para investir pensando na aposentadoria
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Veja dicas para investir pensando na aposentadoria

Os títulos públicos são uma das principais alternativas para quem quer ter um complemento de renda quando se aposentar, segundo especialistas.  O governo quer lançar títulos públicos justamente com essa finalidade. O projeto deve sair do papel em 2022.

Mas o mercado brasileiro de previdência privada ganhou fôlego novo, nos últimos anos, com a chegada de novas gestoras e fintechs, que passaram a oferecer produtos mais sofisticados — e arriscados — com tíquetes de entrada a partir de R$ 100.

Seja para quem vai aplicar em títulos públicos, ações, câmbio, debêntures e CDBs com o objetivo de aposentadoria, a recomendação dos gestores é a mesma: começar o mais cedo possível e ser regular (ou seja, fazer depósitos constantes, de preferência mensais) a fim de obter um bom retorno no futuro.

"Sempre recomendo às pessoas que pensam em aposentadoria privada priorizarem investir diretamente em títulos públicos. A pessoa não paga taxa nenhuma a qualquer instituição, tem o governo federal como fiador dos papéis, o que significa risco mais baixo. E, mesmo que a corretora ou gestora quebre, os ativos estão custodiados na B3", diz Paulo Bittencourt, consultor de investimentos independente.

Ele lembra que, com a Selic a 9,25%, os títulos Tesouro IPCA, por exemplo, com vencimento em 2035 já oferecem inflação mais juros reais de 5,15% ao ano, uma excelente rentabilidade.

Já Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo, lembra que os títulos do Tesouro Direto com vencimento em 2050 são uma alternativa para quem procura produtos de longo prazo pensando em previdência. Nesse sentido, o Tesouro Direto ajudou a democratizar um pouco a ideia de investimento no longo prazo.

Segundo ele, o título específico que o governo pretende lançar deve trazer algum benefício tributário para torná-lo mais atraente. Ainda assim, ele observa que brasileiros precisam avançar no tema da educação financeira para planejar a aposentadoria.

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"Muita gente não sabe o que é a marcação a mercado, por exemplo (ajuste diário no valor dos títulos que mostra quanto valeria o ativo se fosse vendido naquele momento). Esse ajuste pode ser negativo, o que impacta a aplicação. Isso assusta muita gente. Mas se deixar o capital aplicado até o vencimento, o investidor recebe o que foi acertado no início", explica.

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A Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divide em quatro categorias os fundos de previdência privada: renda fixa (títulos, debêntures, CDBs), balanceados (até 15% dos recursos em ações), multimercados (parte em moedas, ações e juros) e ações (papéis de empresas negociados na Bolsa).

Quem aplica em um fundo de previdência por meio de uma corretora, banco ou gestora paga uma taxa de administração para ter um profissional buscando a melhor oportunidade de ganho.

Há taxas que começam em 0,2% ao ano, mas alguns gestores cobram até 6%. Em fundos com maior risco embutido, como os de ações, as taxas costumam ser mais altas.

Com relação aos tradicionais planos de previdência privada, há dois tipos: o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). O PGBL é mais indicado para quem faz a declaração do Imposto de Renda pelo modelo completo, aproveitando benefícios fiscais, como profissionais liberais. As contribuições realizadas no PGBL podem ser deduzidas até o limite de 12% ao ano.

Já os planos VGBL não oferecem benefício fiscal. Por isso, os especialistas os indicam para quem faz a declaração de IR simplificado, principalmente trabalhadores com carteira assinada.

Como esses investimentos são feitos para resgates em 10, 20 ou 30 anos, quem só saca no fim do prazo paga menos imposto se optar pela tributação regressiva. Nesse regime, o imposto pago no saque, que começa em 35%, pode cair a 10% em um período superior a dez anos. Na tabela progressiva, o imposto incide sobre o valor da aplicação. Por isso é mais indicada para resgates menores e mais curtos. A alíquota para os maiores valores chega a 27,5%.

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