Pechincha e preços mais altos marcam o Natal dos atrasadinhos
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Pechincha e preços mais altos marcam o Natal dos atrasadinhos

O aumento nas vendas na véspera do Natal impulsionou o resultado dos lojistas da Saara — maior mercado popular do Rio. Embora o resultado geral do mês de dezembro tenha sido considerado fraco para a expectativa de fim de ano, o movimento da última semana animou os comerciantes que notaram crescimento do número de pessoas nas ruas.

Com o dinheiro mais curto, os consumidores estão mais criteriosos na hora da compra e investindo na pechincha para não deixar de levar um presentinho:

Sem o auxílio emergencial, a vendedora ambulante Meiriele dos Santos, de 43 anos, está com o orçamento ainda mais apertado. Por isso, pretende presentear apenas as filhas Jamille, de 11 anos, e Maytê, de 2, além de comprar algo para si mesma, gastando ao todo R$50.

"Tem que pechinchar para conseguir comprar algo razoável", afirma.

A pesquisa de preço também é o segredo do aposentado Márcio José Barbosa, de 66 anos, para agradar a família. A esposa, os filhos e o genro irão receber presentes na faixa de R$60. Já a gestora em RH, Aline Lopes, de 42 anos, pretende gastar cerca de R$ 50 com cada familiar. Este ano, porém, mais parentes receberão a lembrancinha:

"Ano passado eu só comprei para quem morava na minha casa. Agora, vou dar presente para a família toda."

Com o fim das restrições para circulação, o presidente do Saara, Eduardo Blumberg, diz que os lojistas esperam um aumento de 10% no volume de vendas em relação a 2020, mas que o valor das compras deve ser mais baixo.

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Já Cristiano Teixeira, gerente da loja Lumir Longerie, de 41 anos, acredita que alta nos preços dos produtos tem afastado a clientela:

"Ano passado, tínhamos produtos de R$7,90 no varejo e R$6,90 no atacado. Agora, estão 11,90 e 9,90 no atacado."

Na loja de bolsas Pink Roxo, os preços subiram entre 10% e 20% em um ano, como conta o proprietário Jin Xue, de 35 anos. Já o dono de uma loja de brinquedos, Marcelo Hsu, de 50 anos, preferiu segurar os aumentos reduzindo a sua margem de lucro. Mesmo assim, avalia que o movimento na véspera deste Natal ainda foi mais fraco em relação ao mesmo período pré- pandemia de Covid-19.

Na última hora, expectativa de promoções

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, 17 milhões de pessoas pretendem comprar os presentes do Natal de última hora — o número equivale a 12% dos que têm a intenção de presentear alguém neste fim de ano. E a decisão tem mais a ver com estratégia do que com a falta de organização.

A expectativa por promoções é a principal justificativa para 48% dos entrevistados. Outros 24% disseram que estão esperando o pagamento da 2ª parcela do 13º salário e 23% alegam a falta de tempo.

O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, porém, diz que deixar as compras de Natal para a última hora não é a melhor opção, principalmente em tempos de crise:

"Se o consumidor deixa para comprar muito em cima da hora, acaba não tendo tempo para pesquisar preços e, consequentemente, gasta mais. Sem mencionar o risco de não encontrar o produto desejado e ter que optar por algo mais caro, comprometendo o orçamento", explica Costa.

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