O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou a importância da arrecadação para os cofres públicos com o leilão de petróleo do pré-sal realizado nesta sexta-feira (17) no Rio de Janeiro. Dos R$ 11 bilhões em bônus, ele explicou que R$ 7 bilhões serão destinados a estados e municípios e R$ 4 para a União.
"Isso é bom e reforça o caixa do Brasil em um momento de fragilidade financeira. E tem ainda um aumento de R$ 200 bilhões no compromisso de investimento Pode ter havido mais recursos na primeira rodada , mas considero a segunda ainda mais importante porque trouxe aumento no número de participantes", afirmou ele, no encerramento do certame.
O leilão aconteceu na manhã desta sexta-feira, no Rio. As duas áreas ofertadas, Sépia e Atapu, foram arrematadas.
Segundo ele, a arrecadação para estados, municípios e União para os próximos anos com os dois campos leiloados hoje será de cerca de R$ 300 bilhões. A previsão inicial, segundo ele, era de R$ 120 bilhões, mas o número subiu por conta do avanço do dólar e do preço do barril do petróleo.
Guedes comemorou ainda o maior volume de investimentos apesar do aumento da inflação e dos juros:
"Essa onda de investimento no setor é um prenúncio de que nós temos muito crescimento pela frente. Podemos sofrer um momento ou outro com inflação subindo, o BC (Banco Central) fazendo um trabalho conjuntural de subir juros, mas tudo isso é passageiro. O que é permanente é essa engrenagem de investimentos que está sendo montada", afirmou Guedes.
"Agora, temos mais empresas. Além disso, os participantes em refino também estão aumentando. A prosperidade vem através da competição. Quanto mais participantes, maior os investimentos e mais baixo será o preço do petróleo no futuro. Enquanto tiver gente querendo fazer cartel para subir preço, estaremos lá para baixar o preço e para garantir que a civilização ocidental vai rolar em cima do combustível fóssil enquanto marcha em direção ao futuro do hidrogênio verde. Está aqui a prova de que não é necessário um ministério do planejamento", disse ele.
Atraso em leilão trouxe perda de R$ 100 bi
Em coletiva de imprensa, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o atraso do leilão por cinco anos trouxe perdas de R$ 100 bilhões para o país.
"A gente privilegiou os investimentos. Só com esses dois campos, vamos aumentar em 12% a produção nacional. Hoje, o país é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo. E, em 2030, estaremos entre os cinco maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo".
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Segundo ele, foram arrecadados R$ 95 bilhões em bônus de assinatura para os cofres da União, Estados e municípios nos últimos três anos. Só para estados e municípios, foram R$ 20 bilhões. Até 2018, disse Bento, foram arrecadados R$ 60 bi.
"No setor de óleo e gás, os investimentos são de R$ 650 bilhões para os próximos 25 anos. São recursos expressivos que têm como resultados o aumento de emprego e renda. Os números são expressivos", disse Bento.
Privatização da Eletrobras no segundo trimestre
Perguntado sobre a Eletrobras, o ministro diss que espera fazer a capitalização da companhia no segundo trimestre de 2022.
"A decisão do TCU faz parte do processo. Acreditamos que dentro desse processo, vamos realizar a capitalização da Eletrobras no segundo trimestre de 2022".
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, também presente no evento, disse que há outras oportunidades no Brasil além do Brasil, como a Margem Equatorial, na região Norte, e os blocos em Sergipe-Alagoas, no Nordeste.
"No segundo semestre do ano que vem vamos começar a perfurar na Margem Equatorial", disse ele.
Sobre novas quedas no preço do petróleo, Silva e Luna não deu detalhes:
"Vamos ver. Vamos aguardar. Vamos analisar com muita calma".