Paulo Guedes
Edu Andrade / ME
Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que reduziu a leitura de notícias porque fica “desanimado” com as críticas dirigidas a ele e ao Executivo. Para ele, há dois “Brasis”. Um país dos “críticos”, afirmou, e outro do governo.

"Eu não leio muito, porque se eu ficar lendo muito dá um desânimo. Tem dois Brasis. Tem o Brasil dos críticos e tem o Brasil do governo", afirmou Guedes, durante evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro então falou o que considera o país do governo Jair Bolsonaro.

"O Brasil do governo criou 3,5 milhões de empregos, está aumentando a taxa de investimento, que está chegando a 20% do PIB, tem R$ 700 bilhões de compromissos de investimentos para os próximos anos. Já o Brasil dos críticos é fome, está dando tudo errado, o desequilíbrio fiscal é incorrigível. Então eu fui economizando na leitura dos jornais", comparou o ministro.

O ministro tem se queixado em diversos discursos das críticas feitas à equipe econômica. Uma das críticas rechaçadas por ele é sobre o descontrole das contas públicas. Guedes conta que o rombo das contas públicas saiu de 10% do PIB em 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19, para 0,5% neste ano.

"Dizer que há um descontrole fiscal é uma narrativa política, ela não procede", afirma, citando também que o governo conseguiu aprovar a reforma da Previdência, desinvestiu recursos do BNDES e atraiu investimentos privados.

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Guedes ainda defendeu a aprovação da reforma administrativa, que está parada na Câmara. O próprio presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já cobrou empenho do governo para a medida. Guedes disse que a reforma ficou desidratada e não atinge os funcionários atuais, apenas os futuros.

"A reforma administrativa era parte do nosso programa inicial. Ela está bastante desidratada, graças a Deus, porque não precisa avançar sobre nenhum direito de ninguém. O sacrifício de realinhamento de salários já foi feito", disse, lembrando que os salários foram congelados até o fim deste ano.

O ministro afirmou ainda que a reforma administrativa proposta pelo governo é suave e generosa com os atuais servidores e que a medida foi inicialmente bloqueada pelo próprio entorno do presidente Jair Bolsonaro.

"O entorno do presidente bloqueou a reforma administrativa no início", disse. "A nossa reforma administrativa ficou suave, desidratada e generosa para o funcionalismo atual", acrescentou.

O ministro ainda afirmou que preferia a versão inicial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios que, segundo ele, reconhece o mérito das decisões do Judiciário, mas pede respeito à capacidade de pagamento do governo. A versão inicial do governo previa o parcelamento em 10 anos das dívidas. Agora, o texto estabelece um limite para o pagamento, rolando grande parte das dívidas para os anos seguintes.

"Com a PEC dos precatórios, eu confesso que gostava mais da versão inicial, mas entrou no Legislativo, mexem aqui e ali, e acabou sendo um mal menor", disse.

O ministro tem se queixado do crescimento das dívidas de precatórios, que são decorrentes de derrotas do governo na Justiça. Já afirmou que há uma indústria de precatórios e negou calote do governo.

"Quem disse que a PEC é um calote é o sistema financeiro e os grandes escritórios de advocacia."

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