Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro admitiu neste sábado (13) que a PEC dos Precatórios, que limita gastos com dívidas judiciais da União, deve enfrentar resistência no Senado. Ele acrescentou que o governo "não tem como" pagar R$ 90 bilhões em precatórios.
Além de criar um teto de gastos para as dívidas obrigatórias, a PEC também altera o cálculo do teto de gastos, o que causa incômodo em alguns senadores.
A proposta é crucial para bancar os R$ 400 do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, até dezembro de 2022, ano eleitoral.
"A gente não tem como pagar 90 bilhões ano que vem dentro do teto, porque ia parar tudo no Brasil. Será que o objetivo é parar tudo no Brasil? Estamos no parlamento negociando isso", afirmou o presidente. “É mais difícil [aprovar no Senado], sabemos disso. E olha só: dívidas de até R$ 600 mil, vamos pagar todas", completou.
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Segundo Bolsonaro, aos processos se acumularam e "de repente" ele se viu obrigado a pagar. É trabalho da Advocacia-geral da União (AGU) notificar o Ministério da Economia sobre essas despesas.
"Dívida do tempo do governo Fernando Henrique Cardoso. Essas dívidas acumularam e, de repente, o Supremo Tribunal Federal fala "o Bolsonaro tem que pagar", argumentou o presidente.
Bolsonaro está em viagem oficial pelo Oriente Médio para atrair investimentos. Depois de Dubai ele vai para Abu Dhabi, Bahrein (a capital, Manama) e Qatar (a capital, Doha).
De acordo com o Itamaraty, os países do Golfo têm uma importância não só para as exportações de commodities do Brasil, mas para a atração de investimentos em outras áreas. Nesse sentido, a visita presidencial vai além da agenda econômica e pretende explorar possibilidades de cooperação nas áreas de defesa, ciência e tecnologia, educação, cultura, turismo, cooperação legal e diplomacia.