O fim repentino do Bolsa Família e Auxílio Emergencial provocou longas filas em centrais de atendimento para o cadastro do CadÚnico em estados do Nordeste. O aumento da procura acontece com o anúncio do início do pagamento do Auxílio Brasil para beneficiários do Bolsa Família a partir de 17 de novembro.
O CadÚnico é a porta de entrada para a população mais carente receber benefícios sociais do governo federal. Os beneficiários inscritos, normalmente, tem prioridade ao receber valores da União.
Foram registradas longas filas nos estados do Maranhão, Pará, Bahia e Pernambuco. Em alguns locais, centenas de pessoas ficaram sem atendimento devido à limitação de senhas imposta por cada central de atendimento.
A corrida para o cadastro vem com a promessa de reajuste no benefício social. Segundo o Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil passará a ter parcelas de R$ 400 e aumento no número de beneficiários. A intenção é zerar a fila de espera pelo Bolsa Família em dezembro.
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Entretanto, a parcela prometida pelo governo começará a ser paga apenas no mês que vem. Isso porquê o Orçamento da União ainda está limitado e o Palácio do Planalto aguarda a aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso Nacional para efetivar os pagamentos.
Em novembro, os 14 milhões de beneficiários receberão cerca de R$ 220. O valor representa reajuste de 20%, considerado pelo Ministério da Cidadania como aumento fixo.
Até dezembro, o governo espera ter uma definição sobre a PEC dos Precatórios e de onde será retirado os valore para cumprir a promessa de parcelas em R$ 400. Na negociação em andamento, o governo irá retirar R$ 300 do orçamento do Bolsa Família para 2022 e oferecerá R$ 100 de auxílio temporário até dezembro do próximo ano. A medida, que é vista como eleitoreira, deverá ser contabilizada fora do teto de gastos, alternativa rechaçada por parlamentares de oposição e especialistas.