Evento-teste promove preparação para a operação censitária que começará em junho do ano que vem
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Evento-teste promove preparação para a operação censitária que começará em junho do ano que vem

Após uma série de impasses sobre verba e atrasos por conta da pandemia, o IBGE inicia nesta quinta-feira o teste nacional do Censo 2022, a preparação para a operação censitária que começará em junho do ano que vem.

Para essa etapa foram escolhidos bairros de municípios, distritos ou comunidades nos 27 estados do país (incluindo o DF), que serão percorridos por 250 recenseadores. A pesquisa-teste vai até meados de dezembro.

O IBGE já realizou em setembro o primeiro teste preparatório do Censo 2022 em Paquetá, bairro do Rio de Janeiro próximo à sede do instituto. A operação de caráter experimental marcou a adaptação da pesquisa aos protocolos sanitários em meio à pandemia e produziu algumas informações preliminares. Agora a nova etapa experimental ganha escala nacional.

O objetivo é verificar o funcionamento dos sistemas de coleta de informações, os equipamentos utilizados pelos recenseadores, a abordagem ao informante e os protocolos de prevenção à Covid-19.

Dispositivos tecnológicos

Serão testados uma série de dispositivos tecnológicos para a operação, alguns deles implementados pelo IBGE pela primeira vez. A pesquisa terá um novo dispositivo móvel para a coleta de dados, mais moderno que o do Censo de 2010.

Além disso, serão utilizados formulários on-line e uma central de atendimento por telefone para aqueles moradores que prefiram responder o Censo via internet ou celular.

Toda a comunicação digital do Censo conta com segurança cibernética por meio de links de acesso protegidos contra possíveis ataques. Como ocorre em todas as pesquisas do IBGE, as informações prestadas aos recenseadores são confidenciais e o sigilo é garantido por lei.

Coleta em terras índigenas e territórios quilombolas

Os testes incluem todas as etapas do Censo, que vão desde o treinamento dos recenseadores a pesquisa sobre as características dos domicílios e modelo misto de entrevistas (presencial, via internet ou por telefone).

Haverá coleta tanto em bairros de capitais como Belo Horizonte e Salvador, quanto em localidades mais afastadas como o município Novo Remanso, uma pequena cidade om cerca 40 mil habitantes a 200 quilômetros de Manaus.

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No Rio, o teste será realizado em Paulo de Frontin e em Nova Iguaçu, onde serão visitados domicílios da comunidade de Zumbi dos Palmares, que fica no bairro de Comendador Soares.

Segundo o IBGE, a previsão é que os recenseadores visitem terras indígenas e territórios quilombolas a partir do dia 25 deste mês. No Rio, essas visitas acontecerão em Angra dos Reis e Paraty, onde serão testados protocolos sanitários de segurança, as normas de abordagem e o questionário específico para essas populações.

Fim do impasse orçamentário

Realizado de dez em dez anos, a verba para realização do Censo, esteve sob impasse nos últimos meses. Depois de ser adiada no ano passado por conta da pandemia, a pesquisa sofreu um corte de 96% dos recursos previstos, inviabilizando-a novamente.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo federal era obrigado a tomar as medidas necessárias para realizar o Censo em 2022 mas, por meses, houve um desacordo entre a verba de R$ 2 bilhões reservada pelo governo para a pesquisa e o orçamento de R$ 2,292 bilhões previstos pelo IBGE para realização do levantamento.

No mês passado, o impasse orçamentário chegou ao fim. O governo federal informou ao Supremo por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), que enviaria ao Congresso uma proposta para ampliar o orçamento do Censo em R$ 292 milhões - valor restante indicado pelo instituto como fundamental para a realização da pesquisa.

O Censo é considerado o maior levantamento realizado no país, por concentrar dados estatísticos sobre as condições demográficas e socioeconômicas. A pesquisa serve de base para a criação de políticas públicas, pesquisas e investimentos.

Contratação de recenseadores

O IBGE também informou que a operação censitária de 2022 será "totalmente informatizada". A contratação dos funcionários temporários será de forma digital, eliminando o uso do papel.

Atualmente o IBGE tem 6,5 mil servidores, entre permanentes e temporários. Para realizar o Censo, o instituto irá contratar em torno de 200 mil funcionários.

O primeiro processo seletivo para a contratação de recenseadores e agentes censitários previa a abertura de 204 mil vagas, mas foi suspenso em abril deste ano diante do corte orçamentário até então aprovado pelo Congresso.

No mês passado, o processo seletivo foi efetivamente cancelado. O contrato com o Cebraspe, empresa que seria organizadora do processo seletivo, não foi prorrogado.

Na ocasião, o órgão disse em nota que está adotando providências para a seleção de uma nova empresa para organizar o processo seletivo. Ao GLOBO, o IBGE confirmou que a nova empresa ainda está sendo selecionada e que o exato número de vagas a serem abertas no próximo processo seletivo será divulgado quando o edital for publicado.

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