Gastos de senadores com cota pagaria 43 mil parcelas do auxílio emergencial
Se somados, senadores gastaram mais de R$ 17 milhões com contas em 2021
Os gastos com cotas parlamentares de senadores em 2021 conseguiria pagar cerca de 43 mil parcelas do auxílio emergencial neste ano. Segundo apuração do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, os senadores receberam R$ 17,2 milhões em reembolsos das cotas, valor que poderia sustentar o benefício emergencial por mais um mês.
Em outubro, 45 milhões de beneficiários tiveram acesso ao programa emergencial e poderão retirar as parcelas em novembro. Caso o valor da cota parlamentar fosse repassado ao auxílio, os atendidos poderiam receber a última parcela do benefício em dezembro.
A cota parlamentar (CEAP) é um benefício recebido por senadores e deputados para gastos com passagens aéreas, telefonia, alimentação e hospedagem em viagens. O valor, que varia para cada estado onde o parlamentar foi eleito, também pode ser usada para aluguel de escritórios e carro, além de custos com combustíveis.
O campeão de gastos no Senado é Omar Aziz (PSD-AM), que usou R$ 431 mil de sua cota parlamentar. Telmário Motta (PROS-RR), Rogério Carvalho (PT-SE), Mailza Gomes (Progressistas-AC) e Zequinha Marinho (PSC-PA) completam a lista dos cinco senadores que mais usaram valores da cota. Eles gastaram R$ 406 mil, R$ 385 mil, R$ 383 mil e R$ 376 mil, respectivamente.
Caso o parlamentar não use a cota total destinada por mês, saldo acumula-se ao longo do ano. Ou seja, um deputado federal de São Paulo recebe R$ 37 mil de cota parlamenta, caso utilize R$ 20 mil neste mês, os outros R$ 17 mil serão acumulados para dezembro.
Auxílio Emergencial
O programa emergencial foi instituído em 2020 para diminuir os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia do país. Entre junho de 2020 e outubro deste ano, foram pagar parcelas que variam de R$ 150 e R$ 1.200.
O benefício, no entanto, teve seu depósito encerrado no último mês. O fim do programa acontece em meio da necessidade de diminuir as despesas fora do teto de gastos e fixar um programa social mais vantajoso que o Bolsa Família.
Para isso, o governo federal lançou o Auxílio Brasil, programa que pagará R$ 400 de parcelas. A proposta ainda está travada na Câmara dos Deputados, já que o governo precisa da aprovação da PEC dos Precatórios para efetivar o pagamento do benefício.
Em novembro, data em que marca o início dos depósitos, 14 milhões de pessoas receberão parcelas de R$ 220. O reajuste é abaixo do prometido pelo ministro da Cidadania, João Roma. Outros 3 milhões de beneficiários devem ser incorporados ao programa em dezembro, quando, também, deverá começar os depósitos das parcelas de R$ 400.