Por votos nas eleições, Bolsonaro barra bônus para estudantes no Auxílio Brasil

Em discussões sobre o tema, presidente disse que benefício poderia tirar votos dos que não receberem e prejudicar sua reeleição

Benefício previa adicional nas parcelas para famílias que possuem filhos com boas notas
Foto: Agência Brasil
Benefício previa adicional nas parcelas para famílias que possuem filhos com boas notas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as eleições de 2022 para justificar a rejeição da proposta de adicional para estudantes bem avaliados no Auxílio Brasil. A informação foi publicada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo .

Segundo o colunista, Bolsonaro afirmou que, se aprovasse a proposta, poderia perder votos de outros beneficiários do programa social e prejudicar sua reeleição.

A sugestão previa um bônus para famílias que possuem filhos com boas notas na escola. A medida tentava incentivar a melhoria do nível educacional do país em troca de reajuste no benefício assistencial.

O Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família a partir de novembro, é uma alternativa encontrada pela ala política para aumentar a popularidade de Jair Bolsonaro a menos de um ano das eleições. A proposta prevê reajuste nas parcelas para R$ 400. Parte desse valor (R$ 300) seriam fixos e outros R$ 100 de auxílio temporário até dezembro de 2022.

O novo benefício causou polêmicas na Praça dos Três Poderes em Brasília. O Palácio do Planalto pretende pagar o benefício com a aprovação da PEC dos Precatórios. A proposta deve ser votada na Câmara na próxima quarta-feira (03), mas o projeto ainda não tem os 308 votos necessários para aprovação.

Parte do benefício seria contabilizado dentro da regra do Teto de Gastos e o auxílio temporário será colocado fora da regra. A sugestão provocou "pânico" no mercado financeiro e  causou a saída de quatro secretários do Ministério da Economia.

O Auxílio Brasil passará a valer em 17 de novembro, com parcelas de R$ 220, em média. O valor  é abaixo dos 20% de reajuste prometido pelo ministro da Cidadania, João Roma.