O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 1,20% em outubro. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. É a maior alta para um mês de outubro desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).
Com o resultado de outubro, o indicador acumula alta de 10,34% nos últimos 12 meses. É um patamar bem acima da meta de inflação estabelecida pelo governo para este ano, que é de 3,75% com margem de tolerância de até 5,25%.
Analistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,97% no índice.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) mede as variações de preços entre os dias 15 de cada mês e, por isso, serve como uma prévia do IPCA, usado nas metas de inflação do governo.
Juros mais altos
A alta persistente da inflação tem feito o Comitê de Política Monetária (Copom), a acelerar o ritmo de elevação da taxa Selic, a taxa de juros básica - hoje em 6,25% ao ano -, para tentar conter a inflação. A expectativa dos analistas para a próxima reunião, que acontece nesta quarta-feira, é de que o Copom suba, pelo menos, 100 pontos-base.
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Mas como uma alteração na Selic leva de seis a nove meses para chegar na economia real, o BC já admite que não vai conseguir cumprir a meta desse ano.
As projeções do mercado já estão bem acima do teto de tolerância da meta. O centro da meta de inflação, em 2021, é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Com uma alta disseminada entre os preços e a escalada sem trégua do preço dos combustíveis, economistas já esperam que a taxa de inflação feche o ano em dois dígitos.
Com a perspectiva de juros mais elevados, e inflação ainda persistente no ano que vem, a atividade econômica em 2022 deve perder fôlego.