Governo já bancou 252 refeições em churrascarias desde o começo da pandemia
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Governo já bancou 252 refeições em churrascarias desde o começo da pandemia

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o governo federal usou dinheiro público para bancar 252 refeições em churrascarias ao redor do país. Em todas elas, os gastos com o cartão coorporativo somam R$ 84.054,83. A apuração é de uma reportagem do Metrópoles .

Grande parte desse valor foi usado por servidores do Ministério da Defesa, principalmente do Exército Brasileiro. Somente a pasta foi responsável por 99,1% dos gastos. O restante, no valor de R$ 764,08, partiu do Ministério da Economia.

A maior compra se deu na rede de churrascarias 'Fogo de Chão'. Segundo o portal Transparência Brasil, em 27 de novembro do ano passado, o capitão-de-mar-e-guerra da Marinha Rubinei dos Santos Silva fez uma compra de R$ 4.683,40 em uma unidade em Brasília. Com esse valor, o restaurante, que cobra R$ 164 pelo rodízio, pode servir 28 clientes.

Conhecido como cartão corporativo, o Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF) é usado para a compra de produtos e serviços com "necessidade em despacho fundamentado". 

Ao Metropóles , o diretor-executivo da Transparência Brasil, Manoel Galdino, questionou a necessidade de agentes públicos frequentarem churrascarias em plena pandemia de Covid-19: “Além da questão sanitária, de evitar lugares fechados, o governo tem a necessidade de economizar com gastos públicos. Não é ilegal, mas é uma questão ética, considerando a situação grave em que vive o país”.

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Em meio à alta da inflação e ao aumento do desemprego,  brasileiros fazem filas para conseguir ossos e pelancas em açougues e supermercados do país. As carnes já acumulam uma alta de 31% nos preços nos últimos doze meses até setembro.

“Temos pessoas passando fome. A prioridade número um do país deveria ser encontrar recursos para aliviar essa situação. Mas, na medida em que o governo não faz o que é necessário e identificamos gastos desse tipo, torna-se uma desigualdade, uma situação desrespeitosa para quem passa dificuldade”, denunciou Galdino à reportagem.

Procurado pelo Metrópoles , o Ministério da Defesa afirmou que, embora seja o responsável por distribuir verba para as Forças Armadas, ele não tem ingerência sobre os pagamentos de despesas. A Marinha e o Fogo de Chão também foram contatados, mas não se pronunciaram até o momento.

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