Não só a economia real vai mal afetando o dia a dia do brasileiro com a inflação em alta e o desemprego em massa, como também o mercado financeiro brasileiro patina. Neste ano, o índice Bovespa já acumula perdas de 7% e o dólar perdeu 102 bilhões de dólares, o que torna as ações brasileiras as de pior desempenho do mundo até agora este ano, informa a agência Bloomberg.
Os fatores que provocaram a queda foram: crescimento lento, taxas mais altas e temores que o presidente Jair Bolsonaro planeje explodir as finanças do país para tentar a reeleição.
A queda eliminou cerca de 570 bilhões de reais (US$ 102,1 bilhões) em valor de mercado desde o pico de junho. A queda mais abrupta de todos os mercados que a Bloomberg acompanha. A bolsa de Istambul, na Turquia, por exemplo, caiu 2,9%, a do Chile 3,4% e a de Malta 6%.
O índice Ibovespa está sendo negociado a 8,1 vezes o lucro futuro, bem abaixo da média de 10 anos de 11,8 vezes, informa a Bloomberg.
Nesta terça-feira (19) a bosa despencou 3,28%, conforme os riscos fiscais aumentam no Brasil e afastam investidores. Além disso, o dólar comercial terminou o dia em R$ 5,5944, com alta de 1,36%. Mas não parou por aí, a moeda bate. Este é o maior valor de fechamento desde 15 de abril, quando o câmbio fechou em R$ 5,6241.
As atenções do mercado se voltaram para as discussões a respeito da reformulação do programa Bolsa Família, o chamado Auxílio Brasil, para o qual se buscou uma saída fora do teto de gastos. Para analistas do mercado, a solução encontrada pelo governo para financiar o programa foi desastrosa do ponto de vista econômico, com reflexos que vão desde o aumento da inflação à redução do crescimento do país.
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O Ministério da Economia previa R$ 30 bilhões fora do teto para bancar o novo programa. O valor do benefício seria de R$ 400 até o fim do ano que vem. O anúncio seria feito nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, mas foi suspenso.
Na quarta-feira o índice recuperou parte do fôlego após adiamento da proposta, mas o principal risco avaliado pelo mercado agora é o fiscal. Juros mais altos também pesam sobre as perspectivas, já que o Banco Central elevou a Selic para 6,25% e promete subir ainda mais.